terça-feira, julho 31, 2007

Equívocos, contradições e injustiças

A lei do aborto, e agora a sua regulamentação, constituem, para já, um molho de equívocos e de contradições e mesmo de injustiças, que já não deixam ninguém surpreendido. Estejamos atentos e veremos como se vão multiplicar as surpresas. Tudo já existia nos que lutaram pelo sim e se vangloriaram com a vitória alcançada. Alguns, neste momento, estão com o lume na mão sem saber como dar saída aos problemas surgidos. Soluções dignificantes, no caso, não parece serem possíveis. Só gente menos esclarecida, com visão unidimensional e teimosa em reduzir o mundo ao rectângulo estreito da sua janela, incapaz, por isso mesmo, de ver a realidade e o horizonte infindo da vida humana e dos seus direitos, da dignidade pessoal e da sua legítima defesa, podia ter levado o país para este beco. Hospitais, médicos, enfermeiros reagem à matança dos inocentes. Era de esperar. Quem nisto vê ocasião para ganhar dinheiro, virá à praça.
É a democracia, com suas fragilidades, regida por pragmatismos e apoiada em maiorias, que se esquece que servir o conjunto nacional não é o mesmo que responder a problemas individuais ou a pequenos grupos de cidadãos. Para estes, bem consideradas as suas razões, deve haver outro tipo de soluções, que não podem subverter o conjunto nacional, nem esquecer valores fundamentais a respeitar, promover e defender.
O que aconteceu, e agora está a acontecer de modo ampliado, é dizer ao país que as mulheres que desejam e querem abortar passam à frente de tudo e de todos, nos direitos legais da segurança social e da saúde e nas soluções rápidas e gratuitas para o seu problema. Dispõem mesmo de privilégios e atenções que se negam às mulheres deste país que querem ter filhos, tantas vezes vítimas de restrições no mundo do trabalho e com dificuldade de encontrar emprego por tal motivo, e a muitos cidadãos que esperam meses, senão mesmo anos, por cuidados médicos necessários, que surgem, não raramente, quando já não são precisos, porque o doente morreu. O aborto parece ser a grande prioridade do Ministério da Saúde e dos políticos que mandam no país.
Há, porém, flagrantes contradições. Um delas é que às mulheres, que a nova lei fez heroínas, se lhes nega agora o mais elementar direito de informação, que é permitir que vejam a ecografia do filho que trazem no seio, afim de clarificarem, até ao último momento, a sua decisão. Aos poderes governamentais parece interessar mais que elas não desistam, para que as estatísticas possam justificar uma lei, que já foi classificada de iníqua, dado que o seu único objectivo é matar um ser humano já gerado. Aqui se mostra a incapacidade política de se investir na procura de soluções eficazes e dignificantes, em que o maior de todos os valores humanos, a vida, não esteja à mercê de poderes públicos inquinados, de vontades que querem prazer sem responsabilidade, de interesses partidários, e, muito menos, de necessidades sociais sem resposta e de informação séria que nunca chegou. Coisas de que são vítimas mulheres mães, que nesta sociedade julgam não encontrar outra saída para a sua gravidez senão abortar.
Ficou bem claro, e os dados são públicos, podendo por isso verificar-se, que, praticamente, quase só a Igreja tem instituições em acção e iniciativas em curso, que visam uma protecção realista à procriação, às mães solteiras, às esposas espancadas, às grávidas tentadas a abortar. A todas se estende, a tempo, a mão amiga que lhes dá a felicidade ímpar de acolher, com alegria, o filho gerado, que já julgavam nunca poder ver. Não vi nem conheço iniciativas deste teor de grupos e partidos que lutaram pelo "sim" e agora controlam a regulamentação da lei. Quando se pretende fazer crer que o aborto é a libertação da mulher e não o admitir nem favorecer é farisaísmo e atitude anti democrática, está tudo dito.
A protecção ao aborto, que é o que está a acontecer, não tem qualquer sentido, num país em que a natalidade desce vertiginosamente e o deserto demográfico alastra. Loucamente, parece ser isto o que alguns pretendem.
D. António Marcelino
27/06/2007

segunda-feira, julho 23, 2007

Brasil: o mesmo combate

Agasalhado na concha do ventre, o corpo de alguém se forma. Alguém despreocupado, confiante, simples, que vive sua vida de sonhos. Aguarda o momento em que verá a luz. Um dia estivemos todos lá, mergulhados nessa cálida inconsciência, aguardando... Por isso, a idéia de uma lâmina que extingue essa vida pequenina nos dói tanto.
Aqui no Brasil, projetos de lei querem tornar legal o aborto. Há algo mais cruel do que tirar a vida do indefeso? Do que não tem voz? Há coisa mais estranha do que descartar pedaços de gente porque serão mal-formados, deficientes, di-fe-ren-tes?
Legalizar o aborto é optar pela exclusão. É criar uma sociedade em que fetos mal-formados ou simplesmente indesejados são descartados. Como papel usado, como laranja chupada, como lápis quebrado. Como lixo. Mas são gente! E querem viver. Quem falará por eles? Quem lhes tomará a defesa?
Em horas decisivas da história, houve gente que dormiu, que negou, que se escondeu, que evitou, que fugiu. E você?

sábado, julho 21, 2007

Holocausto de inocentes

(Um artigo de Cícero Harada, advogado, do movimento "Brasil Sem Aborto")

Sonhos há que são pura poesia, outros, tornam-se pesadelos, dizia Jung. Num mundo em que os devaneios tecnológicos nos embalam, somos tomados por um pesadelo: discutir o procedimento para interceptar a vida do nascituro.
O aborto, diz o Código Penal, é um crime contra a vida. Almeja-se, com a sua liberação, que se transforme num direito reprodutivo da mulher, possibilitando que se promova, numa suave expressão, "a interrupção voluntária da gravidez", que não deixa de ser, para o nascituro, a condenação à pena capital. A sua legalização será uma privatização da pena de morte.
Luto para que os institutos da democracia direta, entre eles o plebiscito, em questões de relevo, sejam desbloqueados, possibilitando maior participação direta do povo. Não obstante, no caso do aborto, estamos diante de clara ofensa à vida do nascituro. O art. 2º do Código Civil prescreve que a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro e o mais fundamental é o direito à vida, sem o qual perecem os demais. Karl Ernest Von Baer, "pai da embriologia moderna", desde 1827, com o aumento da sensibilidade do microscópio, pôde ver o óvulo e o espermatozóide, assentando que o início da vida está na concepção. Sei que se deseja convencionar, por diversas razões de cunho utilitarista, que a vida não comece na concepção, mas que fique cada vez mais longe dela.
Sei que se pretende criar ficção jurídica para que em tal ou qual período da vida do nascituro não haja vida, na tentativa de escapar do debate a respeito desse direito fundamental. Sei que pseudo-iluministas agarrar-se-ão a Santo Tomás de Aquino, como a uma tábua de salvação, a dizer que para o Aquinate a vida começava no quadragésimo dia.
Não sei se essa era a sua opinião, mas o Doutor Angélico, no século 13, não dispunha de um ultra-som 4 D, para acompanhar o desenvolvimento do ser humano da concepção ao nascimento, em tempo real, em movimento, em terceira dimensão, em cores e imagens de alta definição.
A Constituição, no artigo 5º, declara a inviolabilidade do direito à vida, isto é, do direito de existir, de não ter interrompido o processo vital senão pela morte espontânea. Todos nós fomos concebidos um dia e, se, em qualquer momento posterior, tivéssemos sido abortados, não existiríamos hoje.
Naquele instante, todos os nossos direitos teriam sido, sem culpa e sem defesa, definitivamente aniquilados, da maneira mais radical e cruel.
O aborto constitui violação do direito à vida do nascituro, afronta o direito fundamental intangível, cláusula pétrea. Tal como a pena de morte, sua legalização não pode ser objeto nem de emenda constitucional (CF art. 60, º 4º, IV), nem de lei ordinária, não importando se por via direta (plebiscito, referendo), se por intermédio dos representantes do povo.
A questão primeira, portanto, a ser redargüida não é a de se dever ou não promover um plebiscito dessa natureza, mas, nos termos da Constituição, de se poder ou não realizá-lo. Não. É como respondo. Objetar-me-ão que o poder constituinte originário é permanente e tudo pode. Se a manifestação popular direta, nos plebiscitos, é expressão do poder originário, ela não encontra limite nas cláusulas pétreas. E eu lhes direi que, em se tratando do direito fundamental à vida, isso é impossível.
Há valores que uma nação não pode espezinhar, sob pena de responsabilizar-se perante Deus, a história e a humanidade pela insanidade perpetrada. "Não matar!" Eis o mandamento, o imperativo categórico, que o modismo do estado laico germânico de então resolveu desafiar.
Cícero (106-43 a.C.) já ensinava: se a vontade dos povos, os decretos dos chefes, as sentenças dos juízes, constituíssem o direito, então para criar o direito ao latrocínio, ao adultério, à falsificação dos testamentos, seria bastante que tais modos de agir tivessem o beneplácito da sociedade (...) por que motivo a lei, podendo transformar uma injúria num direito, não poderia converter o mal num bem?
É que, para distinguir as leis boas das más, outra norma não temos que não a da natureza. Não é preciso dizer que o aborto é uma espécie de holocausto de inocentes. Será que deveríamos discutir também como legalizar os mensalões, os sanguessugas, o narcotráfico, o holocausto?

sexta-feira, julho 20, 2007

Natalidade: é preciso mais

Associação de Famílias Numerosas diz que «medidas de emergência» têm de ser aprofundadas

www.apfn.com.pt
A Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN) considerou esta sexta-feira que as medidas de apoio à natalidade anunciadas pelo primeiro-ministro representam um «pacote de emergência», defendendo o apoio financeiro às famílias como forma de travar o défice demográfico em Portugal.
«Estas medidas mostram na prática que o primeiro-ministro está preocupado com o défice demográfico, mas são medidas de emergência que têm que ser aprofundadas», disse à agência Lusa Fernando Ribeiro e Castro, presidente da APFN, congratulando-se por demonstrarem um apoio crescente às famílias numerosas. «São as famílias com três ou mais filhos que podem contribuir para a média de 2,1» filhos por mulher em idade fértil, sublinhou.
Fernando Ribeiro e Castro aconselhou José Sócrates a aplicar ao défice demográfico a política que tem usado para as contas do Estado, sugerindo-lhe que divulgue o valor do défice demográfico actual, estabeleça quais os valores que quer atingir anualmente e defina medidas para atingir esses objectivos. «Só assim as pessoas poderão avaliar se as medidas estão a ter resultados», disse.
O presidente da APFN considera que são necessários «fortes apoios financeiros» às famílias para que estas sintam que tem condições não apenas de ter os filhos, mas de os criar.
Um aumento ainda maior dos abonos, um sistema fiscal que «não seja frontalmente contra a família» ou a indexação das pensões de reforma ao número de filhos, são algumas das medidas sugeridas por Fernando Ribeiro e Castro que defende a aplicação em Portugal do modelo francês.
«É preciso que os apoios financeiros às famílias lhes permitam decidir livremente se querem colocar os filhos em creches ou se se querem desempregar ou trabalhar em part-time para tomar conta deles, como acontece na Europa onde as famílias são fortemente apoiadas», afirmou.
Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística divulgados a 11 de Julho revelaram que nos últimos 20 anos Portugal caracteriza-se pelo decréscimo da taxa de natalidade tendo passado de uma média de 12,2 para 10 crianças por cada mil habitantes.

Promessas

Ontem no último debate na AR o nosso “engenheiro” fez mais do mesmo, ou seja, falou de uma promessa. Não vai a Fátima, tanto quanto sei, mas anunciou que vai implantar um programa de apoio à família! Já não era sem tempo, até ele já se deve ter apercebido, caso, claro, veja telejornais nos intervalos das cimeiras internacionais, que a natalidade portuguesa está na subcave! Mas essa promessa, tal como tantas outras, é apenas uma do tipo – calem-se, já disse alguma coisa sobre isso, já é melhor do que nada!

Quer aumentar o abono de família cujo valor actual é uma verdadeira vergonha nacional! Só não falou em números, não disse em quanto o vai aumentar. Falou em apoios às famílias numerosas (como se isso ainda existisse....) e no apoio a mães que têm crianças com 2 ou 3 anos já que nessas idades os gastos aumentam drasticamente (onde é que será que ele foi buscar esse facto....).

Não falou no aumento do apoio pré-escolar (claro, com os abortos que se avizinham já não haverá “tantas” crianças assim....) e não falou no principal problema que aflige possíveis futuras mães: no aumento da licença de parto! Mas, como disse e continuarei a dizer, onde não há crianças, não são precisos apoios!

domingo, julho 15, 2007

"Feticídio"

Começa hoje legalmente, a interrupção voluntária da gravidez por opção livre e muito democrática da mulher. Este último patamar da vida humana, esta última grande batalha travada na sombra e na obscuridade da dignidade humana, tem o seu expoente máximo na nova palavra que os linguistas se esqueceram de acrescentar à já muito rica língua portuguesa, e essa doce e singela palavra, esconde o triste fim a que o homem há-de chegar por sua livre e democrática vontade. "Feticídio", ou morte de feto assistida e consentida, é o novo substantivo masculino onde cabe a mais vil arte da guerra. Onde a mulher se esconde atrás de uma lei suicida, e cujo único propósito conhecido: é não ter trabalho com o novo nado no futuro!
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O bem apresenta-se de difícil vivência, enquanto que o mal está sempre presente!

sexta-feira, julho 13, 2007

A matança vai começar!

Texto publicado em simultâneo aqui, na Taberna dos Inconformados e no Blog do Zig!

O título que escolhi para este texto talvez seja um pouco forte demais, mas é de uma matança que se trata e é isso que me vem à cabeça quando oiço falar desse assunto, tanto há alguns meses, como agora!

Não se trata de uma matança de animais, mas sim, de fetos, logo, de uma matança à vida! Como é sabido, após um referendo que deu um resultado não vinculativo, a equipa em redor do “engenheiro” Sócrates decidiu fazê-lo valer e introduziu a matança, desculpem, o aborto legalmente assistido blá blá etc pp....

Para quem sabe, a minha pessoa está contra o aborto por várias razões. Para quem não sabe vou aqui relembrá-las em poucas palavras. Para mim a vida está acima de tudo, começa desde da mais pequena erva, passa pelos insectos que tento não pisar nas minhas inúmeras caminhadas, adoro árvores e acaba no esplendor máximo, na vida humana que tem que ser preservada, ao máximo. Há muitas formas de a fazer, muitos apoios a dar às mães grávidas porque muitas dessas mães só se “desfazem” do feto por meras questões económicas! O governo do “engenheiro” se lava agora as mãos, onde não há criança, não há apoios a prestar, não há escolas a construir e não há subsídios de desemprego a pagar, porque é para ali onde a actual política nos vai levar....(até rima)

Mas o que me leva a escrever hoje e aqui nestes três blogues sobre este assunto é a entrada em vigor dessa matança já no próximo domingo! Porém, há um aspecto com que os mandatários dessa matança não contaram! Quem tem que praticar o acto final são os médicos, os assim chamados obstetras. Eles também são seres humanos, e não máquinas que fazem o que lhes é mandado! Agora obrigar a um médico desses, que toda a sua vida profissional aprendeu salvar vidas, acabar com elas não é justo. Por isso existe o assim chamado estatuto de objector de consciência. É algo que alguém pode invocar se um acto vai contra a consciência dele, como em tempos aconteceu na tropa obrigatória, e agora nestes casos.

Pois então, na zona onde esse referendo teve a maior votação pelo sim, no Alentejo, também há objectores desses, e bastantes. No hospital de Évora são logo todos os dez médicos a invocar esse estatuto, em Portalegre, para onde o “tráfico” dessa matança vindo do norte dessa capital do Alto Alentejo será dirigido, um dos quarto médicos dessa especialidade também o é. Em Beja, onde devido ao facto acima descrito se espera uma grande afluência desses casos, cinco dos nove elementos também aderiram “à causa”, invocando objecção de consciência! Os restantes quatro, que certamente são bons médicos e que gostam de crianças, futuramente não devem fazer mais nada do que (bem, tenho alguma dificuldade em escolher as palavras certas) acatar essa decisão da solução final!

E esta, senhor primeiro ministro?

Movimentos pró-vida marcam acções de protesto este fim-de-semana

Movimentos anti-aborto vão organizar várias acções públicas este fim-de-semana, em diversos hospitais do país, para assinalar a entrada em vigor da regulamentação da lei do Aborto, no próximo domingo.
«Estas acções simbolizam o que nós temos vindo a defender, ou seja, a apresentação de alternativas a uma lei que é objectivamente má», afirmou Catarina Almeida, representante do movimento, explicando que os protestos na zona de Lisboa «vão decorrer amanhã [sábado] no Hospital de Santa Maria e na Maternidade Alfredo da Costa».
Segundo Catarina Almeida, nestas acções participam, entre outros, a mandatária da Plataforma Não Obrigada, Margarida Neto, assim como Isabel Carmo Pedro, membro da Direcção da Federação Portuguesa Pela Vida.
«O nosso objectivo é distribuir material informativo e de sensibilização junto dos hospitais para mostrar às pessoas que realmente existem alternativas a esta Lei», explicou.
O Hospital de São João (Porto), o Hospital Garcia da Orta (Almada), o Hospital Dr. José Maria Grande (Portalegre) e o Hospital de São Marcos (Braga), são outros dos locais onde este sábado os movimentos anti-aborto farão protestos.
Para domingo estão marcadas acções contra a lei do aborto no Hospital de Faro e no Hospital de Bragança.

Hoje o nosso maior empreendimento são os nossos filhos

http://familia.aaldeia.net/

Isaac Viciosa, reconhecido atleta espanhol, conta neste testemunho recentemente publicado na imprensa a importância que a família teve no seu percurso profissional.
Em 1994 foi vice-campeão europeu de 1500 m, campeão de Espanha da mesma modalidade, e estabeleceu um nove recorde nacional dos 3000 metros em pista coberta. Nos Jogos Olímpicos de 1996 acabou em 6º lugar nos 5000 metros. Ganhou 4 edições da prestigiada corrida de São Silvestre (três delas consecutivas de 2000 a 2002). Isaac Viciosa é um dos muitos atletas espanhóis que encontrou na sua vida cristã e na mensagem dos santos uma fonte de sentido para a sua realização pessoal. É supranumerário do Opus Dei.

- Como recordas os primeiros anos que dedicaste ao desporto?
Com a sensação de não ter podido passar muito tempo com os meus pais e irmãos porque, além das minhas obrigações como desportista, ainda acrescia o facto de estar a 100 km de distância, visto que eles viviam na província de Palencia e eu estava aqui em Valladolid. Mas o desporto ajudou-me a conhecer novos amigos e a ter uma família.

- Teve influência na tua própria família?
Desde o princípio a minha namorada aceitou que tínhamos que ter uns horários e actividades muito restringidos. Tive a sorte de ela entender e facilitar.

- Como é a tua família actual?
Numerosa, temos 5 filhos que consideramos os nossos grandes tesouros.

- Ter 5 filhos não é habitual...
Pois não. Tanto a minha mulher como eu tínhamos, já desde o tempo de namoro, a ideia de ter vários filhos. E mesmo que ao princípio tenhamos tido que nos adaptar a que a sua presença mudasse particularmente a minha forma de vida, porque alterou os meus horários rigorosos e os meus descansos, conseguimos, e hoje pensamos que a nossa principal missão na vida não é o trabalho ou a vida social, mas sim colaborar em levá-los adiante e, mesmo que isso implique mais esforço, também dá a satisfação de saber que são parte de nós. Hoje o nosso maior empreendimento são os nossos filhos.

- A família é o suporte da sociedade?
Sem dúvida. A família é o espaço onde a criança se vai desenvolver como pessoa, vai crescer feliz, e se vai formar em todas as suas qualidades, onde vai ser amada e manter-se protegida. O nosso maior empenho como pais é que os nossos filhos tenham uma infância feliz. Acho que isso se pode encontrar em todas as famílias.

- Quais são os benefícios de ter uma família?
Quando se ama uma pessoa, casa-se, e esse amor dá fruto nos filhos, encontra-se a felicidade. Mesmo que alcances grandes triunfos profissionais ou sociais, se não te sentires amado, consideras-te um fracassado. Portanto é fácil concluir que é dentro da família que encontras todos os elementos para seres feliz. E todos procuramos o caminho da felicidade, portanto devemos salvaguardá-la e protegê-la. Se as pessoas acreditassem seriamente nisto, algumas ideias que surgem hoje em torno da palavra “família” não teriam lugar.

(Tradução de Maria Francisca Chaves Ramos)

JUNTOS PELA VIDA

Melhor seria não brincar com a saúde de portugueses e com a vida dos nossos filhos!

Portugal tem hoje uma das leis mais permissivas da Europa que - saída dos "anos 60" - parece promover que se façam abortos até às dez semanas, recusando uma atitude favorável à salvaguarda da vida. Com a sua implementação começam a colocar-se os problemas inerentes a qualquer perspectiva séria de funcionamento dos hospitais.
Noticiava ontem (10 de Julho de 2007) o Diário de Notícias: "A administração do Hospital S. Francisco Xavier, em Lisboa - onde 100% dos médicos são objectores de consciência para o aborto a pedido da mulher - está já a contactar as unidades privadas da cidade no sentido de perceber para onde pode enviar as grávidas que queiram abortar. Isto porque não tem tido resposta favorável dos outros hospitais da região que integram o Serviço Nacional de Saúde (SNS). "Teremos que nos virar para os privados. ", admite o administrador da unidade, Miguel Boquinhas."
Os médicos não querem fazer abortos, em pleno século XXI sabem que um aborto termina com a vida de um ser humano na barriga da sua mãe e portanto declaram-se objectores de consciência - a sua função é dar vida e não acabar com vidas saudáveis. Um forte elogio merece, de facto, a nossa classe médica pela lucidez ética e profissional com que tem marcado a sua posição.
Prepara-se então o Estado Português para obrigar os hospitais públicos a contratar com privados ou encaminhar para outras unidades de saúde as mulheres que queiram fazer abortos.
É absolutamente espantosa a ênfase abortista do nosso Governo, apressando-se a promover e publicitar o aborto livre. Preocupante é, por outro lado, que este mesmo Governo nada faça nos casos em que a saúde dos portugueses está verdadeiramente em risco, como sejam cancros e outros dramas efectivos: nestes casos não recorre à oferta privada, antes limita-se a encolher os ombros e criar listas de espera. Porque dois pesos e duas medidas? Para abortar há sempre dinheiro mas para curar já não??
Melhor seria não brincar com saúde de portugueses e com a vida dos nossos filhos.
Exigimos ao Ministro da Saúde e às administrações dos Hospitais que se deixem de hipocrisias e discriminações e tenham para com os portugueses à espera de tratamento ou de uma cirurgia, pelo menos, o mesmo afã que manifestam para atender quem quer abortar uma filha ou um filho saudável.

JUNTOS PELA VIDA ASSOCIAÇÃO

quarta-feira, julho 11, 2007

Um país em vias de extinção

No ano de 2006, registaram-se em Portugal menos 4100 nascimentos que no ano anterior. Estes números colocam as taxas de natalidade e fecundidade aos níveis mais baixos desde que há registos.
De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), no ano passado nasceram 105 351 bebés. O número médio de filhos por mulher caiu dos 1,41 para 1,36.
No período 1987 e 2006, a taxa de natalidade decresceu dos 12,2 para 10. o adiamento da maternidade e o declínio da fertilidade são dois factores que podem explicar a diminuição do número de bebés. Actualmente é a faixa etária entre os 30-34 que apresenta maior taxa de fecundidade.
O cenário mais pessimista do INE aponta para uma diminuição da população portuguesa até 2050. Se nada for feito, Portugal vai ver a sua população reduzida a 7,5 milhões de pessoas naquela data.

Vários jornais destacam hoje o facto de no ano que passou Portugal ter registado o ponto mais baixo de sempre nas suas estatísticas sobre natalidade e fecundidade.
Perante este quadro, que só por si justificaria um sobressalto de alarme em qualquer povo que mantivesse o instinto de sobrevivência, ao que se assiste entre nós?
Ressoam as campainhas de alarme e reclamam-se políticas de natalidade que permitam inverter a tendência?
Nem pensar. A prioridade das políticas de saúde oficialmente promovidas é o abortismo instituído: fazer tudo o que for possível para que toda a população tenha acesso fácil e imediato ao aborto livre e gratuito, vencendo todas as resistências e objecções.
Os portugueses são uma espécie em sério risco de extinção, mas nenhuma instância parece preocupada em assegurar a sua sobrevivência. Há muito mais comoção à volta da águia de Bonelli ou do lince da Malcata.
Já éramos um país de suicidas, e tornámo-nos um país suicida.