quinta-feira, julho 17, 2008

Federação Portuguesa pela Vida




A Federação Portuguesa pela Vida assinalou, em comunicado, o primeiro aniversário da regulamentação e aplicação da lei do aborto, considerando que “é altura de olhar de novo para a sociedade portuguesa”.

O documento, enviado à Agência ECCLESIA, frisa que “a aplicação da lei que liberalizou o aborto frustrou as expectativas, mesmo dos que a defenderam: verificamo-lo nas tomadas de posição públicas de alguns defensores do Sim no referendo”.


“Vemos uma população que dia após dia envelhece e a quem o Estado não oferece alternativas ao aborto. Os factos confirmam que a lei desprotege as mulheres, os filhos, as famílias, a sociedade”, lamenta a Federação.


“A sociedade portuguesa não se pode desinteressar de tantas mulheres, cada vez mais transformadas em objectos, empurradas para soluções humilhantes, que as afectam na sua dignidade de mães e de seres humanos”, acrescenta.


A nota revela que durante este ano foram criadas 15 Associações que se vieram juntar às 60 já existentes, “para procurar resolver os problemas do aborto: é cada vez mais evidente que o caminho do facilitismo do aborto está errado”.

Mais informação aqui

terça-feira, julho 15, 2008

CASTIGO SEM CULPA

As leis do aborto impõem que se devolva a palavra a um grande orador espanhol de meados do séc. XIX.

Dizia ele:

«No parece sino que los gobiernos conocen por medio de un instinto infalible que sólo en nombre de Dios pueden ser justos y fuertes. Así sucede que cuando comienzan a secularizarse o a apartarse de Dios, luego al punto aflojan en la penalidad, como si sintieran que se les disminuye su derecho. Las teorías laxas de los criminalistas modernos son contemporáneas de la decadencia religiosa, y su predominio en los códigos es contemporáneo de la secularización completa de las potestades políticas. (...). Los racionalistas modernos llaman al crimen desventura

E o insigne homem público, no ponto que aqui interessa, conclui nestes termos:

«Día vendrá en que el gobierno pase a los desventurados, y entonces no habrá otro crimen sino la inocencia.»

Esta é uma previsão, mais uma das muitas com sabor a profecia, que nos foram deixadas por Donoso Cortés (Ensayo sobre el Catolicismo, el Liberalismo y el Socialismo, lib. 3.º, cap. VI).

sábado, julho 12, 2008

Privados garantem que o aborto ilegal continua a existir

No primeiro ano da Lei do Aborto - em vigor desde 15 de Julho de 2007 -, os dados oficiais revelam que em Portugal foram feitos mais de 14 mil interrupções da gravidez a pedido da mulher. O número é apenas um terço da estimativa prevista mas esconde uma estatística paralela: a do aborto clandestino.

Só na Clínica dos Arcos (um dos três privados certificados) foi recusada a intervenção a 448 mulheres por apresentarem mais de dez semanas de gravidez. Ao Expresso, a directora garantiu que aquelas mulheres procuraram ajuda fora da lei, ou seja, "foram para o aborto clandestino".

O Expresso conseguiu contactar uma parteira que pratica aborto ilegal há trinta anos. A antiga enfermeira prontificou-se a interromper uma gravidez, fictícia, de 14 semanas por 400 euros.

FONTE

segunda-feira, julho 07, 2008

O ORGULHO QUE PROMOVE O HORROR


A cegueira ideológica é uma das forças mais terríveis da humanidade, capaz de distorcer verdades evidentes e impor tolices clamorosas. Por causa dela durante 70 anos a vida social de vastas regiões foi destruída em nome do mito da sociedade socialista. Por causa dela hoje em Portugal se praticam as maiores barbaridades em nome da saúde sexual e reprodutiva.
O Governo, que fecha centros de saúde e mantém filas de espera nas cirurgias, está empenhado em intensa campanha de promoção do aborto. Esta expressão, que pode chocar alguns, é uma justa descrição da realidade. As autoridades não só usam dinheiros públicos para financiar a morte do embrião mas concedem "subsídio de maternidade" a quem decidiu não ser mãe. Com medidas menos generosas os ministros costumam afirmar promover o emprego, a cultura, o investimento. Não há dúvidas portanto que a política actual não é de despenalização, liberalização ou até nacionalização do aborto, mas de promoção aberta e intensa. O aborto é grátis, subsidiado até às 12 semanas e castigado a partir daí.
Entretanto transparecem os contornos de um vasto atentado contra a saúde feminina. Mesmo que aceitemos o postulado básico do Governo, semelhante à defesa da escravatura, negando vida humana ao embrião, mesmo que reduzamos o problema à consideração exclusiva da saúde da mãe, as poucas informações disponíveis são terríveis, justificando medidas urgentes. Os jornais têm mantido um profundo silêncio, mas apesar disso sinais assustadores conseguem emergir.
Segundo declarações do director do serviço de obstetrícia do Hospital de Guimarães (Rádio Renascença, 27/06/2008; 7.55), nos 190 abortos aí realizados em menos de um ano, 30% das "mulheres não voltam para a consulta de revisão". Além disso há várias situações de interrupções de gravidez sucessivas, duas e três vezes em poucos meses. O continuamente proclamado princípio da não utilização do aborto como método contraceptivo é, como seria de esperar, um mito flagrantemente negado na prática. Os números provisórios indicam ainda que em todos o país "11 a 12 mil mulheres já praticaram abortos nos termos da lei" (loc. cit.) o que, sendo muito menos que os números alarmistas da campanha de liberalização, traduzem uma monumental hecatombe.
Dada a sempre alegada preocupação pela liberdade e saúde da mulher, pode parecer estranho que ninguém reaja. Os activistas feministas, tão preocupados com a violência familiar, não perguntam quantas destas interrupções foram mesmo voluntárias. Não existiram muitos casos de coacção, chantagem, facilitismo, degradação? Quanta miséria não escondem estes números e informações? Num país onde se gastam milhões para a promoção da saúde, onde se multiplicam as regras para evitar os mínimos riscos e onde as autoridades apregoam os mais impecáveis objectivos sociais, como se explica a passividade num tema tão influente? Quando se multiplicam serviços de protecção aos direitos e de monitorização da qualidade em tantas actividades menores, espanta a indiferença perante esta realidade. Espantaria, se a manifesta cegueira ideológica não fosse suficiente para ocultar a verdade.
A cegueira ideológica não é simples aldrabice. Ao contrário do que se diz, este fenómeno não consiste em má-fé, hipocrisia ou estupidez. O aspecto exterior costuma ser semelhante, mas o processo conducente é muito diferente. Quando alguém está plenamente convencido de uma causa porque lutou durante anos, a evidência do seu fiasco implica a negação da própria identidade. Mesmo perante resultados tão assustadores, como se pode dar o braço a torcer, assumir o erro, inverter a orientação? A cegueira nasce do orgulho.
Como no entorpecimento das autoridades soviéticas diante da derrocada do sistema, continuaremos a assistir entre nós às mais incríveis manobras, declarações e interpretações, pelo menos enquanto aqueles que geraram a catástrofe mantiverem o poder. Na URSS foram necessárias duas gerações para admitir a evidência. Desta vez as coisas serão mais rápidas?

sábado, julho 05, 2008

A ORDEM DOS MÉDICOS E O ABORTO

A fazer fé num texto do Jornal de Notícias, parece que a Ordem dos Médicos vai mexer no seu Código Deontológico.

Para mim, é incompreensível a alteração proposta.

Então, só agora é que os senhores médicos dão conta de que não há consenso quanto ao início da vida? E, já que assim o descobriram, acham que é altura para vir declarar que o aborto deixa de constituir «falha deontológica grave»?

Depois da lei assassina, era previsível que algo iria mudar. O que eu não contava era que fosse de forma tão pouco airosa.

Sempre afirmei que se a lei fosse promulgada, o Código Deontológico não se aguentaria. Responderam-me as bravatas de alguns, médicos e não médicos, que nem pensar em ceder. A esses, eu só lembrava que mártires há poucos.

O resultado é o que aí está.

Se for verdadeira a notícia veiculada, se ela for válida, friso bem, e se a proposta for aprovada, a classe médica cai, neste combate, sem qualquer honra. Uma coisa seria o esbulho, pela força, de um preceito que muito a dignificava; outra, distinta e imensamente mais triste, é renunciar a ele.

O drama reduz-se a esta certeza: derrubada uma barreira, é só uma questão de tempo até ver as restantes por terra.

O homem não pode interferir no curso normal da natureza, quando ela se mostra ordenada à criação de bens valiosos. Se infringe esta regra, começa a pisar um terreno em declive!

Joaquim Maria Cymbron

quinta-feira, julho 03, 2008

Estar Vivo é o Mesmo Que Estar Morto!


Não, esta não é mais nenhuma frase ridícula da socialite Lili Caneças. É antes mais uma situação grave e absurda, de um país moderno, onde se coloca sobre o mesmo plano de igualdade a mulher grávida e a mulher que aborta. Mais informações, aqui e aqui.

quarta-feira, julho 02, 2008

Constitucionalista alerta para aplicação da lei



Gomes Canotilho lança um alerta sobre a forma como está a ser aplicada a lei do aborto, nomeadamente sobre os riscos de estar a ser utilizada como método contraceptivo.

O constitucionalista ligado ao Partido Socialista acha também que existe o risco de servir para uma eliminação selectiva de seres humanos.

“A interrupção da gravidez não foi concebida, em termos da lei, como um instrumento contraceptivo” e “seria grave” que isso acontecesse, referiu Gomes Canotilho, à margem da cerimónia que assinalou os 90 anos do Tribunal da Relação de Coimbra

MULHER QUE ABORTA EQUIPARADA A MULHER QUE DÁ À LUZ

Abortar é o mesmo que dar à luz: se não acreditam, passem os olhos pelo Decreto-Lei n.º105/2008, de 25 de Junho.
Não pecam só aqueles que se envolvem na defesa ou na prática deste crime abominável. Deus também nos há-de pedir contas se não soubermos lutar contra a iniquidade!