sexta-feira, junho 12, 2009

"Bella" exibido em Évora

O filme "Bella - True love goes beyond romance" será exibido em Évora, no próximo dia 18 de Junho, quinta-feira, pelas 21.30 h., no Auditório Soror Mariana.
As reservas podem ser feitas para o telemóvel 968529569 ou para o email bella.portugal@yahoo.com
É uma oportunidade única de ver um filme que tem marcado todos os que a ele têm assistido. Um drama romântico centrado nas questões tão actuais do aborto e da defesa da vida.

sexta-feira, junho 05, 2009

Federação pela Vida propõe imagens fortes contra o aborto

A Federação Portuguesa pela Vida (FPV) enviou um fax ao primeiro-ministro, José Sócrates, sugerindo a realização de uma campanha semelhante à que já foi proposta para o tabagismo, com imagens fortes que contrariem a prática do aborto.
"Não faz sentido apoiar uma campanha contra o tabagismo, mostrando imagens que salvam vidas, se não se fizer o mesmo com o aborto", disse ao PÚBLICO João Araújo, da direcção da FPV.
No documento enviado ao primeiro-ministro, a federação cita três organizações da área da prevenção do tabagismo para dizer que "para diminuir comportamentos errados é preciso desincentivá-los e fiscalizá-los, em ordem a mudar mentalidades".
A FPV recorda que quer os opositores do aborto, quer os que defendiam a sua despenalização afirmavam querer "diminuir os abortos". Houve "defensores" do "sim" no referendo que afirmaram mesmo que a despenalização "faria diminuir" o número de abortos, acrescenta o texto.
É nesse sentido que a federação propõe o lançamento da campanha "Aborto: mostra a verdade - imagens de aviso salvam vidas". Ao mesmo tempo, a FPV defende que o consentimento para o aborto seja assinado na ecografia do bebé a abortar e que a exibição de imagens deve ser feita para "dissuadir os promotores do aborto de divulgarem essa prática".
"Há centros de saúde em que a primeira coisa que se sugere é fazer a interrupção voluntária de gravidez", diz o dirigente da federação.
A FPV sugere ainda, na carta enviada a José Sócrates, que o aborto deixe de ser totalmente grátis, que haja consultas obrigatórias para dar alternativas para "a mulher empurrada para o aborto". Ao mesmo tempo, é ainda proposta a criação de uma linha telefónica que demova da prática do aborto e a ajuda do Governo às associações que apoiam grávidas em dificuldades.
João Araújo dá o exemplo: o Ponto de Apoio à Vida, de Lisboa, "tem mais pedidos de apoio" do que aqueles que é possível dar.
O responsável da FPV acusa ainda o Governo de ter regulamentado a lei do aborto por despacho, o que impossibilitou o Presidente da República de verificar se eram seguidas "as melhores práticas da Europa", como Cavaco Silva tinha pedido. Mas a FPV não irá queixar-se ao Presidente para que este vigie o que se passa com a aplicação da lei. Nem no caso de Sócrates não responder à carta enviada.

quinta-feira, junho 04, 2009

Este país não é para bebés: Portugal apoia pouco a natalidade

Portugal precisa de mais bebés para sair da crise e evitar a derrocada do sistema de pensões, mas o efeito prático dos incentivos públicos existentes é reduzido e, no que diz respeito à natalidade, tem dado poucos resultados. O problema não se põe só em relação às políticas do actual governo; é tão antigo quanto a democracia portuguesa. Se está a pensar ter filhos, saia do país e experimente noutro sítio - Luxemburgo, Alemanha, França, Bélgica ou Áustria, por exemplo.
Um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) mostra que Portugal é dos países ricos onde, financeiramente, menos compensa ter filhos; onde as políticas públicas de redistribuição (através de impostos, contribuições e subsídios) são pouco generosas para os trabalhadores por conta de outrem quando comparado com a realidade de outros países.
De acordo com o estudo da OCDE "Taxing Wages 2007-2008", divulgado há três semanas, um casal de classe média que opte por ter dois filhos ganha mais 968 euros (rendimento líquido), valor corrigido de paridades de poder de compra que, por isso, permite a comparação entre países. O acréscimo ao rendimento salarial líquido representa metade (49%) da média da OCDE e 43% da média da União Europeia. Na Europa, apenas Espanha e Polónia têm incentivos menores. O rendimento líquido de um trabalhador é o dinheiro que cada um leva para casa já depois de pagos os impostos e contribuições para a Segurança Social e de recebidos todos os subsídios a que tem direito.
No caso de uma pessoa solteira portuguesa, a disparidade é maior: o benefício de ter filhos (dois) é de 1219 euros anuais - apenas 40% da média internacional, também corrigida do poder de compra.
Ana Cid, secretária-geral da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, acusa os sucessivos governos de "nada terem feito de significativo para derrubar as barreiras à natalidade". "Não pedimos incentivos, pedimos mais justiça. Ter filhos é um direito. E o que temos? As pessoas hoje têm metade do número de filhos que realmente desejam", refere, citando um estudo da consultora Netsonda. "Estamos a assistir a um desastre na natalidade: com menos pessoas a nascerem no futuro próximo haverá menos consumo e mais desemprego, como se vê pelo caso dos professores, problemas muito sérios no sistema de pensões", diz Ana Cid.
Jorge Arroteia, professor de Demografia jubilado da Universidade de Aveiro, considera que "a fertilidade cada vez mais baixa é uma hecatombe". E quais as causas? "As políticas públicas desajustadas, a mudança de comportamentos e de mentalidades, a instabilidade da economia e do emprego, tudo isto converge para um problema de grandes proporções."