A ESCRAVIDÃO E O ABORTO
O texto, que segue, é muito curto. Compu-lo em resposta a uma notícia publicada no 'FB', vinda de Espanha.
A relação entre escravidão e aborto limita-se ao facto de terem uma mesma estrema: a que separa o bem do mal. Não aceito outra semelhança fora desta.
Levado por aquele comentário, passei para
outra página onde vinham os cinco pontos afins entre escravidão e aborto. Não
estão mal apresentados e provavelmente mais haverá para quem procure com capacidade de análise. Eu não perco tempo a fazê-lo, porque me basta o que
posso juntar àqueles pontos e que aqui vão:
- O escravo, se tiver sorte, pode fugir ao amo. E o feto?
- O escravo, se é valente, pode reagir ao amo. E o feto?
- Ao escravo, tira-se-lhe a dignidade de pessoa humana. Ao feto, tira-se-lhe a vida, suporte daquela dignidade!
- A triste condição do escravo impressiona o vulgacho, sempre mais sensível ao que se vê: sai na comunicação social, é de bom tom falar nisso. O feto jaz envolto em silêncio, é o grande olvidado!
- As cartas paulinas, conhecedoras de uma realidade sociológica insuperável na época, recomendam ao servo que respeite o seu senhor, e a este que trate bem o escravo (1). Como é possível exortar o feto a ser dócil a quem o mata, ou pedir ao assassino que seja afectuoso com a sua vítima? Nunca a Igreja contemporizou com o crime do aborto, porque no dia em que o fizesse, já não seria Igreja!
A coincidência de que sejam cinco os pontos que enuncio, esta coincidência, repito, resulta por mera casualidade. Não tem outro propósito, até porque se trata de um tema sobre o qual, ou fixamos o seu fundamento imutável, ou entramos num sem-fim de razões.
Na minha opinião, pois, o aborto é muito mais pecaminoso do que a escravidão.
Adaptando a luminosa máxima do requeté, que nos anime a esperança de que cada feto abortado, diante de Deus, não será um santo anónimo!
Joaquim Maria Cymbron
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- Ef. 6, 5 e ss.; Col. 3, 22; Tit. 2, 9; 1 Ped. 2, 18 e s.
JMC