"Vencidos" mas não convencidos e ainda mais determinados!
Queridos amigos:
Não há como negar que ontem aconteceu uma coisa que é muito má. Não negá-lo e ir até ao fundo deste sentimento é uma responsabilidade a que não podemos escapar. Mas o surpreendente é que quem o faz experimenta uma grande paz. Uma paz que nasce da serenidade de quem deu o seu melhor (andámos 10 anos a empatá-los, queridos amigos, e vendemos cara a nossa pele!) e também de quem sabe que tudo o que acontece, não nos pertence: vitória e derrota, conquista e perda, tristeza e alegria.
Desse balanço nasce também outra responsabilidade: que me chama esta circunstância a cumprir? Quais as novas exigências que me são feitas? Do que faço, o que é que acrescenta valor e constrói? Que vou e onde fazer a partir de amanhã?
Uma coisa que me impressionou foi a pergunta de um jornalista, no fim da noite: "como é que perderam e o ambiente aqui (na Associação Comercial de Lisboa) parecia ser de quem ganha?". A mesma constatação repete-se aliás em todos os jornais de hoje. Não falam apenas da nossa serenidade, mas também da nossa alegria. Na resposta que lhe dei falei só dos elementos objectivos: a paz de quem deu tudo, o facto de ter crescido o campo do Não (temos mais votos, sabemos mais do assunto, estamos mais presentes no país inteiro), a continuidade que está sempre assegurada desta movimentação, porque tem origem em pessoas e realidades, que já cá estavam antes do referendo e vão continuar.
Um outro perguntava: sente-se humilhado? Respondi que não: estava antes honrado de me ter sido dada a possibilidade de me ter batido por aquilo em que acreditava.
Conforme o dia de hoje passa, e depois de ter estado meio estremunhado, vai crescendo em mim um desejo de andar para a frente que já tem contornos precisos: arrumar os dossiers da campanha (apresentar contas, guardar as bases de dados, arrumar o material), encontrar uma sede permanente para a Federação (tendo um posto permanente de trabalho, cresce a actividade) e na próxima quinta-feira jantar em Lisboa da malta da campanha.
Dentro de dois fins-de-semana, reunir-nos-emos todos em Aveiro, para estar juntos, fazer o balanço e abraçar novas tarefas. Já há algumas ideias…!
O dia passa e estou cada vez mais entusiasmado. E recordo-me do que uma vez li num livro. É a fala de um Barão, um dos personagens principais, a quem estavam a propor uma iniciativa ousada e difícil: "Impossível? Alguém disse impossível? Então temos de reunir já os mapas e preparar as nossas próximas campanhas!".
É assim que me sinto meus caros. Era só o que faltava se um bando de radicais me tirava a vontade de lutar e servir!
Nota final: é mais fácil daqui a uns anos mostrar que o aborto legal é um disparate do que agora. O pessoal é assim: só vendo…
Junto o Evangelho de hoje. Impressionante.
Um grande abraço do vosso
António Pinheiro Torres
Não há como negar que ontem aconteceu uma coisa que é muito má. Não negá-lo e ir até ao fundo deste sentimento é uma responsabilidade a que não podemos escapar. Mas o surpreendente é que quem o faz experimenta uma grande paz. Uma paz que nasce da serenidade de quem deu o seu melhor (andámos 10 anos a empatá-los, queridos amigos, e vendemos cara a nossa pele!) e também de quem sabe que tudo o que acontece, não nos pertence: vitória e derrota, conquista e perda, tristeza e alegria.
Desse balanço nasce também outra responsabilidade: que me chama esta circunstância a cumprir? Quais as novas exigências que me são feitas? Do que faço, o que é que acrescenta valor e constrói? Que vou e onde fazer a partir de amanhã?
Uma coisa que me impressionou foi a pergunta de um jornalista, no fim da noite: "como é que perderam e o ambiente aqui (na Associação Comercial de Lisboa) parecia ser de quem ganha?". A mesma constatação repete-se aliás em todos os jornais de hoje. Não falam apenas da nossa serenidade, mas também da nossa alegria. Na resposta que lhe dei falei só dos elementos objectivos: a paz de quem deu tudo, o facto de ter crescido o campo do Não (temos mais votos, sabemos mais do assunto, estamos mais presentes no país inteiro), a continuidade que está sempre assegurada desta movimentação, porque tem origem em pessoas e realidades, que já cá estavam antes do referendo e vão continuar.
Um outro perguntava: sente-se humilhado? Respondi que não: estava antes honrado de me ter sido dada a possibilidade de me ter batido por aquilo em que acreditava.
Conforme o dia de hoje passa, e depois de ter estado meio estremunhado, vai crescendo em mim um desejo de andar para a frente que já tem contornos precisos: arrumar os dossiers da campanha (apresentar contas, guardar as bases de dados, arrumar o material), encontrar uma sede permanente para a Federação (tendo um posto permanente de trabalho, cresce a actividade) e na próxima quinta-feira jantar em Lisboa da malta da campanha.
Dentro de dois fins-de-semana, reunir-nos-emos todos em Aveiro, para estar juntos, fazer o balanço e abraçar novas tarefas. Já há algumas ideias…!
O dia passa e estou cada vez mais entusiasmado. E recordo-me do que uma vez li num livro. É a fala de um Barão, um dos personagens principais, a quem estavam a propor uma iniciativa ousada e difícil: "Impossível? Alguém disse impossível? Então temos de reunir já os mapas e preparar as nossas próximas campanhas!".
É assim que me sinto meus caros. Era só o que faltava se um bando de radicais me tirava a vontade de lutar e servir!
Nota final: é mais fácil daqui a uns anos mostrar que o aborto legal é um disparate do que agora. O pessoal é assim: só vendo…
Junto o Evangelho de hoje. Impressionante.
Um grande abraço do vosso
António Pinheiro Torres
1 Comentários:
Eu não entendo muito do assunto..,porém acho que não devem colar demasiado a igreja à luta contra o aborto.
De facto existe muita gente que não é católica que é contra o aborto ( é o meu caso).
Recordo que um militante do PCP fez artigo em jornal, afirmando que votava não.
Nos estados unidos o movimento anti aborto é poderoso .
O Islão também é - maioritáriamente - contra o aborto.
A igreja deve construir um movimento que sendo impulsionado pela igreja não se restrinje aos católicos, antes abarca todos aqueles que se oponham a esse atentado à vida.
Era isso aliàs que fazia o partido comunista através do MDP e movimentos pela Paz , nos anos 60 e 70.
O partido procurava mobilizar sectores da sociedade que não sendo comunistas se opunham a determinadas politicas.
Após a derrota no penúltimo referendo os apoiantes do sim não ficaram de braços cruzados.
Não estou optimista, porém.
Quando certos sectores da sociedade adquirem um previlégio é dificil largarem mão dele.
Em muitas épocas da historia o infanticidio foi permitido.
Acontece que com a pilula e o aborto.., a população da europa baixa , dimunui, e pode acontecer que chegados a um certo ponto as pessoas comecem a tomar consciência de que o rumo que estão a tomar leva ao abismo.
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