A derrota do «Não»
Assisti ao resultado do referendo sem surpresa. No sábado, prognostiquei a alguns próximos a vitória do «Sim» por 60/40. Acertei em cheio, com grande pena minha.
O «Não» perdeu porque a sua campanha de um ou dois meses não conseguiu apagar oito anos de militância do «Sim». Perdeu porque é claramente minoritário nas alfurjas da comunicação social, pouco livre e nada isenta. Perdeu porque não logrou opor a sua mobilização sobretudo civil às máquinas partidárias e bem oleadas do «Sim». Perdeu porque as últimas fornadas de jovens democratizados, quase todos imbecis e analfabetos, caem facilmente na esparrela da cantiga de esquerda: o "progresso", a "civilização", os "direitos humanos".
Mas o «Não» perdeu também por culpa própria. Perdeu porque não foi capaz de convencer os eleitores de que os princípios do «Sim» e o aborto livre é que contrariam os conhecimentos actuais da ciência e violam a ideia de progresso, de civilização e de Justiça. Perdeu porque a cara das meninas beatas que surgem à frente das suas plataformas tira a tusa de votar a qualquer indeciso. Perdeu porque, na última semana, eram mais os nãos que as mães: do não heterodoxo de Marcelo aos nãos despenalizantes dos sociais-pataratas e afiliados, houve de tudo um pouco e um pouco de tudo.
Mas se nós perdemos, quem ganhou? É simples. O eng.º Sócrates, o sr. Jerónimo de Sousa, o dr. Louçã e tutti quanti — o que expressa bem a conquista civilizacional alcançada.
Caramba! Para condenar o aborto, nem sequer é preciso aludir ao sentido transcendente da Vida; basta ao propósito o que nos ensina a ciência biológica actual. A mim, surpreende-me que os mesmos que convocam manifestações em defesa da minhoca da Marmeleira e outras espécies em extinção, consintam cobardemente a morte de um feto humano. E que acusem os partidários «Não» de hipocrisia , quando eles — os sinceros do «Sim» — estatuem um aleatório «sistema de prazos» que estabelece a licitude ou ilicitude do aborto em função das semanas de gestação.
Não seria infinitamente mais progressista e civilizado subsidiar a educação das crianças paridas por mulheres de escassos recursos? Não seria infinitamente mais progressista e civilizado auxiliar as famílias numerosas? Não seria mais progressista e civilizado, enfim, como último recurso, criar orfanatos públicos para ex-futuros abortados?
Em cima da mesa está a promulgação completa da agenda social de extrema-esquerda. A eutanásia, a legalização das drogas, a adopção de crianças por homossexuais, e o aborto livre até às 12 semanas, e depois até às 16, e a seguir até às 24. E quem se opuser será sempre acoimado de reaccionário, campónio ou rato de sacristia. A treta do costume.
A nossa missão: resistir e vencer. Ficar de pé no meio de um mundo em ruínas, como ensinou Evola. Transmitir aos vindouros o corpo de valores que a Europa corporiza. Ir lembrando entretanto a quem nos lê que, neste referendo, a maioria do eleitorado não se decidiu pela mudança da lei. As regras eram claras. Ontem, por acaso, fui votar «Não»; mas em 1998 engrossei as fileiras da abstenção militantemente, para que o referendo não fosse vinculativo — uma forma activa e legítima como qualquer outra de impedir o aborto livre. É isto que podemos ir fazendo. Porque em noites como a de ontem, na euforia insana da vitória, ninguém se lembra de que, podendo haver vida para lá do défice, já não há vida para lá do aborto.
O «Não» perdeu porque a sua campanha de um ou dois meses não conseguiu apagar oito anos de militância do «Sim». Perdeu porque é claramente minoritário nas alfurjas da comunicação social, pouco livre e nada isenta. Perdeu porque não logrou opor a sua mobilização sobretudo civil às máquinas partidárias e bem oleadas do «Sim». Perdeu porque as últimas fornadas de jovens democratizados, quase todos imbecis e analfabetos, caem facilmente na esparrela da cantiga de esquerda: o "progresso", a "civilização", os "direitos humanos".
Mas o «Não» perdeu também por culpa própria. Perdeu porque não foi capaz de convencer os eleitores de que os princípios do «Sim» e o aborto livre é que contrariam os conhecimentos actuais da ciência e violam a ideia de progresso, de civilização e de Justiça. Perdeu porque a cara das meninas beatas que surgem à frente das suas plataformas tira a tusa de votar a qualquer indeciso. Perdeu porque, na última semana, eram mais os nãos que as mães: do não heterodoxo de Marcelo aos nãos despenalizantes dos sociais-pataratas e afiliados, houve de tudo um pouco e um pouco de tudo.
Mas se nós perdemos, quem ganhou? É simples. O eng.º Sócrates, o sr. Jerónimo de Sousa, o dr. Louçã e tutti quanti — o que expressa bem a conquista civilizacional alcançada.
Caramba! Para condenar o aborto, nem sequer é preciso aludir ao sentido transcendente da Vida; basta ao propósito o que nos ensina a ciência biológica actual. A mim, surpreende-me que os mesmos que convocam manifestações em defesa da minhoca da Marmeleira e outras espécies em extinção, consintam cobardemente a morte de um feto humano. E que acusem os partidários «Não» de hipocrisia , quando eles — os sinceros do «Sim» — estatuem um aleatório «sistema de prazos» que estabelece a licitude ou ilicitude do aborto em função das semanas de gestação.
Não seria infinitamente mais progressista e civilizado subsidiar a educação das crianças paridas por mulheres de escassos recursos? Não seria infinitamente mais progressista e civilizado auxiliar as famílias numerosas? Não seria mais progressista e civilizado, enfim, como último recurso, criar orfanatos públicos para ex-futuros abortados?
Em cima da mesa está a promulgação completa da agenda social de extrema-esquerda. A eutanásia, a legalização das drogas, a adopção de crianças por homossexuais, e o aborto livre até às 12 semanas, e depois até às 16, e a seguir até às 24. E quem se opuser será sempre acoimado de reaccionário, campónio ou rato de sacristia. A treta do costume.
A nossa missão: resistir e vencer. Ficar de pé no meio de um mundo em ruínas, como ensinou Evola. Transmitir aos vindouros o corpo de valores que a Europa corporiza. Ir lembrando entretanto a quem nos lê que, neste referendo, a maioria do eleitorado não se decidiu pela mudança da lei. As regras eram claras. Ontem, por acaso, fui votar «Não»; mas em 1998 engrossei as fileiras da abstenção militantemente, para que o referendo não fosse vinculativo — uma forma activa e legítima como qualquer outra de impedir o aborto livre. É isto que podemos ir fazendo. Porque em noites como a de ontem, na euforia insana da vitória, ninguém se lembra de que, podendo haver vida para lá do défice, já não há vida para lá do aborto.
9 Comentários:
"Dois homens armados matam oito pessoas em Salt Lake City e Filadélfia" in Noticias
Vamos agora liberalizar as armas!
Tipo de esquerda
http://anti-aborto.blogspot.com/
és pela vida?
responde-me a isto então se puderes...
qual é a diferença entre uma vida fruto duma relação consentida e a vida fruto duma violação não consentida? não são ambas as mesmas coisas?e não são ambas fundamentalmente vida?é que os defensores do não vem com uma moral defender a vida mas admitem, toleram e contradizem-se duma maneira tão óbvia que não tem nocção sequer daquilo que estão a defender.
já agora as instituições que tu falas e que nós temos até bastantes em portugal não fazem nada pelas crianças e algumas inclusive até vem-se a saber que usam as crianças para serem exploradas pelos altos escalões elitistas da sociedade que depois nem sequer são condenados e andam aí a solta a aparecer nas revistas. eu defendo a vida mas eu quando falo da vida engloba bem-estar,felicidade,dignidade,amor,carinho,educação e acima de tudo respeito e não maus tratos,abandonos,morte,crueldade,exploração,fome e miséria,
as mulheres devem ser respeitadas tal como os homens ambos são iguais e tem os mesmos direitos e não vamos continuar com esta mentalidade atrasada de tirar o direito a decisão da mulher e tira-la do estatuto de subserviencia em que a maioria das mulheres infelizmente vive. e vamos também acima de tudo não misturar afiliações partidárias com assuntos de extrema seriedade como esta se querem defender uma causa só porque são afiliados num partido ou por motivos de intolerancia religiosa ao menos arranjem soluções e argumentos fortes e não caiam na contradição,bem haja.
Não vamos continuar com esta mentalidade atrasada de tirar o direito a decisão da mulher
Mentalidade atrasada é dar o direito de vida e morte sobre os filhos. Isso é que é barbaro e atrasado.
É moderno matar-se o filho?
Porque é que em Roma antiga havia o aborto ?
Moderno devia ser respeitar a vida e não tira-la.
Deixo-te com as palavras de uma abortada, alguém que foi abortado em nome desse direito de matar o proximo
Não creio que o assassinio seja um direito . Sou completamente contra o aborto, seja em que circunstancia fôr mesmo em casos de violação.
Embora a violação seja um crime horroroso não deve ser a criança a pagar por esse crime.
De facto encontrei-me com pessoas produto de violações e elas estão gratas por estar vivas.
Se o aborto é um direito das mulheres quais são os meus direitos ?
Não existiam protestos feministas contra o facto dos meus direitos estarem a ser violados no dia em que fui queimada viva .
Para além disso a mulher indiana tem poder de decidir. Por isso é que hà 50 milhões de mulheres a menos na India- quando é menina aborta-se.
Dizer pois que a mulher tem mais poder se abortar é esquecer que muitas das abortadas são mulheres.
maus tratos,abandonos,morte,crueldade,exploração,fome e miséria,..
Isso é hipocrisia. Um terço dos abortos são feitos por gente com nival de instrução elevado.
Não é a miséria o que está em causa.
São as carreiras.., a conveniencia, etc etc. É-se pela mulher mas legaliza-se a morte , o assassinio , de futuras mulheres.
E a prova dos nove é que nenhum abortado defende o aborto.
Só se defende o aborto para os outros. Lindo direito esse.
O direito é bom se não se aplicar a nós mesmos.
"tal como os homens ambos são iguais e tem os mesmos direitos"
Mas foi isso que a pergunta do referendo fez. Respeitar as mulheres não é levá-las a tirar o próprio filho, é dar-lhes condições para o ter, isso sim é ajudar a mulher. Aqui ninguém quer reprimi-la, muito pelo contrário. Porém, temos que pensar no feto, a mulher não está grávida de ar.
8 anos a empatar um problema sem arranjar solução não chegaram?Um terço das pessoas com instrução elevada e que fazem o aborto se o fazem é porque acham que não tem condições (e não vamos por em causa aqui os motivos) para criar uma criança em condições e fundamentalmente eu defendo isto se uma criança( se bem que criança seja um termo mesmo muito vago) não é desejada e não vai ter boas condições e vai ser amada então é melhor não vir ao mundo porque gente a sofrer já temos que chegue neste mundo e por favor não se preocupem com as mulheres na índia porque eles lá vivem com um problema oposto ao que nós temos e não comparem 1 bilião de habitantes com 10 milhões.
Não comparemos o problema à índia porquê? Não temos todos o mesmo direito à vida? Ao agora nasce-se em função da utilidade? Como sabes que as crianças vão ser infelizes? Já conheci vários casos de adopções fantásticas, e acredita que não te irião achar muita piada se lhes disseses que defendes que crianças como elas foram não deveriam vir ao mundo porque os seus pais não tinham condições. Quem te garante que não poderão vir a ter um dia? Acho que o próprio Estado deveria ajudar a proporcionar isso.... E mais: os cidadãos têm direitos, como o direito à vida por exemplo, mas têm também deveres. Sabes qual é o dever principal? REsponsabilidade. O acto de uns não pode condenar a vida de outros.
Não comparemos o problema à índia porquê? Não temos todos o mesmo direito à vida? Ao agora nasce-se em função da utilidade? Como sabes que as crianças vão ser infelizes? Já conheci vários casos de adopções fantásticas, e acredita que não te iriam achar muita piada se lhes disseses que defendes que crianças como elas foram não deveriam vir ao mundo porque os seus pais não tinham condições. Quem te garante que não poderão vir a ter um dia? Acho que o próprio Estado deveria ajudar a proporcionar isso.... E mais: os cidadãos têm direitos, como o direito à vida por exemplo, mas têm também deveres. Sabes qual é o dever principal? REsponsabilidade. O acto de uns não pode condenar a vida de outros.
Ó Lin-kuei: Olha que perder não é sempre deixar de ter razão!
Ordena as tuas ideias porque o que mostras é uma baralhada nessa tua cabecinha!...
Claro que todos temos de respeitar o resultado deste mau referendo, mas respeitar não quer dizer concordar, entendes? Não é o resultado do referendo que altera a maneira de pensar dos defensores da Vida. Por isso, lá por te sentires em maioria não quer isso dizer que fiques com a razão que nunca tiveste...
E olha: não é por existir uma lei que permite abortar os bébés fruto de violações que os defensores do não passam a concordar com ela. Por esse andar, quando te distraires mais um pouco e a nova lei do aborto vigorar também vais passar a dizer que concordamos com ela...
O que tu deves mesmo questionar é o seguinte:
Portugal ratificou a Declaração Universal dos Direitos do Homem e a Declaração Universal dos Direitos da Criança; uma e outra obrigam os Estados Ratificantes a RESPEITAR A VIDA como o primeiro direito do Ser Humano (o direito à existência), e a segunda emprega até os termos "antes e depois do nascimento".
Grande parte dos Países ditos evoluídos ratificaram também ambos os diplomas.
Não obstante, quando se trata do aborto, quase todos esquecem a obrigação de respeitar o compromisso internacional assumido!
Por que será?!...
Se as Declarações Universais estão correctas então são os países que estão em falta, e, se estes não se consideram em falta é porque as Declarações Universais dos Direitos do Homem e da Criança já não têm sentido e podem ser deitados ao lixo.
Qual é o primeiro país a ter a coragem de propor a sua revogação internacional?
Se há hipocrisia... ela aí está escancarada!
Além disso, nota que o respeito à vida é uma lei natural não só reconhecido a nível internacional pelos Estados representados nas Nações Unidas, como também constitui uma obrigação pessoal inerente à gregariedade do ser humano, de que os Mandamentos são código de conduta.
E, não venham aqueles que se dizem não-crentes dizer que esses mandamentos não são para eles porque não acreditam! Ai não? É essa a maneira fácil de alijar a responsabilidade?
Conheces o célebre "Raciocínio de Pascal"? Se não, tenta saber.
Não te refugies em frases e ideias feitas, que são meros chavões, esses sim, ultrapassados.
Pensa pela tua cabecinha mas começa desde o princípio, pelos alicerces. Tens muito que fazer até lé, acredita!
O mal dos outros não pode nunca justificar as nossas opções.
Deixa a Índia, os números, a rama, e vai à base do problema que está na assumpção de responsabilidade da parte de cada um pelos seus actos, e no respeito do outro por ele próprio e pelos seus direitos.
Pode ser que venhas a admitir que erraste.
Fica bem.
Enviar um comentário
<< Entrada