quinta-feira, outubro 26, 2006

Da Moral e dos moralistas (II)

Ora, o contrário da sociedade ética e moral será, precisamente, a sociedade das éticas e das morais, enfim, dos moralistas. A balburdia da subjectividade da escolha individual.
Diz-me o bom raciocínio que, se num grupo de 10 pessoas nenhuma delas comungar da mesma escola de pensamento, torna-se impossível haver rumo comum. Nós, que somos 10 milhões (e outros tantos), com mais propriedade poderemos admitir que as possibilidades de visão e vivência moral aumentam exponencialmente.
Mas os povos não se fazem de um aglomerado de pessoas. Disso trata a anarquia. Para as nações tem que existir um sentido, quase profético, das razões do seu existir passado, presente e futuro. Há um objectivo de todos e para todos, comandado e deixado comandar, na observância de Valores mais altos do que aqueles que nos vêm à cabeça numa bela manhã solarenga. Existe, com toda a certeza, uma causa geradora e uma consequência a atingir. Sem isto não haverá, não poderá algum dia haver, o caminho percorrido que nos prometem nas vãs certezas da democracia portuguesa.
A questão do aborto inscreve-se, por isso mesmo, numa das mais importantes batalhas pela preservação da Pátria. Dizer NÃO à barbárie do infanticídio é dizer SIM à Nação.

13 Comentários:

Anonymous Anónimo escreveu...

"Diz-me o bom raciocínio que, se num grupo de 10 pessoas nenhuma delas comungar da mesma escola de pensamento, torna-se impossível haver rumo comum"

Isso disse-te o bom raciocinio? nao quero perguntar o mau...voces aqui neste blog teem a mesma escola de pensamento? nao me parece...

"Mas os povos não se fazem de um aglomerado de pessoas. Disso trata a anarquia"

Os povos fazem-se de carneirinhos todos orientados para o mesmo sitio? ja ouver quem tentou fazer isso na ex-URSS, na China, na Alemanha, em Portugal..e sabes que mais nao resultou...

"Sem isto não haverá, não poderá algum dia haver, o caminho percorrido que nos prometem nas vãs certezas da democracia portuguesa."

Ora bolas pensava que a Democracia era um sistema para lidar precisamente com a integracao de diferente escolas de pensamento de modo a convergir energias para um esforco comum...

"A questão do aborto inscreve-se, por isso mesmo, numa das mais importantes batalhas pela preservação da Pátria. Dizer NÃO à barbárie do infanticídio é dizer SIM à Nação."

Brilhante conclusao ...depois de tanta demagogia e contrasenso um excelente remate.

10/26/2006 02:28:00 da tarde  
Anonymous Anónimo escreveu...

Por aqui, no que respeita ao aborto, garanto-lhe termos todos a mesma escola de pensamento.
Quanto à democracia, tem prometido o que não pode dar: um esforço comum. E não me venha dizer que o contrário porque cai no ridículo.
Volte sempre

10/26/2006 02:57:00 da tarde  
Anonymous Anónimo escreveu...

Nao me diga que reduz a escola de pensamento a apenas um topico...deixe que he diga que e uma escola um tanto limitada...

"Quanto à democracia, tem prometido o que não pode dar: um esforço comum."

Ora agora e que falamos, o que propoe entao para substituir a democracia? uma ditadura de valores bem ao estilo do estado novo (falando em ridiculo)? ou uma nova ordem mundial ao estilo de um quarto reich?

A democracia e o melhor sistema que temos precisamente para lidar com as nossas diferencas, e olhe que e graca a elas que os meninos teem a liberdade de escrever o que escrevem...nada mau hem? mas tenho tambem a plena consciencia que e o melhor que temos por agora nao e perfeito mas e o melhor.

A sim e vou voltar...

Bem haja

10/26/2006 03:04:00 da tarde  
Anonymous Anónimo escreveu...

... e como dizia o poeta, "a democracia é o pior de todos os sistemas, com excepção de todos os outros"........
Pedro Machado

10/26/2006 03:39:00 da tarde  
Anonymous Anónimo escreveu...

Caro anónimo.O que quis dizer, caso não tenha percebido, é que relativamente ao objectivo deste espaço temos todos a mesma convicção. E isso basta para mante-lo. É óbvio que temos escolas diferentes, mas que convergem em muitas das questões essenciais que as regem. Esta da defesa da vida é uma delas.
Quando falei na promessa democrática que não se pode cumprir, aquele pseudo-caminho comum da Nação, foi no sentido de que um marxista-leninista (aqueles do partido democrático do povo, o PCP!) jamais se entenderá com um monárquico.
Esclarecido? Ou quer continuar a malhar no 'ceguinho'?

10/26/2006 03:56:00 da tarde  
Anonymous Anónimo escreveu...

"Quando falei na promessa democrática que não se pode cumprir, aquele pseudo-caminho comum da Nação, foi no sentido de que um marxista-leninista (aqueles do partido democrático do povo, o PCP!) jamais se entenderá com um monárquico."

Nao percebo porque... do debate surgem ideias interessantes e progressistas logo avancos, na ausencia de diferentes ideologias surge o obscurantismo, sempre foi assim...quer exemplos basta comparar a idade media com civilizacoes como a romana e a grega.

Quando existe maturidade intelectual o entendimento e sempre possivel (chama-se a isso compromissos) a nao ser que estejamos a falar de dogmas ai concordo consigo...

10/26/2006 04:52:00 da tarde  
Anonymous Anónimo escreveu...

Diga-me o caro anónimo que tipo de compromissos pode haver entre um monárquico e um marxista! Diga lá que sinceramente não sei.

10/26/2006 05:00:00 da tarde  
Anonymous Anónimo escreveu...

So para lhe dar um exemplo a China e a Espanha manteem relacoes comerciais no entanto os seus regimes situam-se nos quadrantes que mencionou porque? porque embora as suas ideologias sejam diferentes eles assumem um compromisso ideologico em prol do beneficio que advem das trocas comerciais.

Assim funciona a democracia ou devia funcionar embora se observe o continuo bota-abaixo que esse sim nao contribui para o desenvolvimento da nacao...

10/26/2006 05:17:00 da tarde  
Anonymous Anónimo escreveu...

errata: em vez de "em prol do beneficio" leia-se "em prol do benificio mutuo"

10/26/2006 05:18:00 da tarde  
Anonymous Anónimo escreveu...

Caro anónimo. Se perguntar a qualquer pessoa minimamente informada o que lhe vem à cabeça quando lhe falam na China, responderá certamente "economia emergente". Estou a falar de Marxismo a sério e de Monarquia a sério, não de fantochadas. No caso da Espanha, por exemplo, diga-me lá que raio de monarquia é aquela? Ou também não acha que a monarquia em Portugal acabou com o vintismo?
Por outro lado estava a referir-me á vivência interna de um estado, não de relações internacionais. E neste caso que refere temos económico. Ora todos sabemos que quando há dinheiro envolvido a corrupção das ideias aumenta.

10/26/2006 05:33:00 da tarde  
Anonymous Anónimo escreveu...

Bom se que ideologias puramente monarquicas e marxistas, penso que ja nao existe tal coisa...talvez cuba nas marxistas? agora diga-me um pais verdadeiramente monarquico?

O exemplo que lhe dei foi simplesmente um exemplo, onde queria chegar e que a diferenca e o debate serio promovem o desenvolvimento. Eu disse debate serio e intelectualmente honesto nao a parvalheira que costumamos observar na assembleia da Republica. E funciona... Na Irlanda a custa de um pacto de regime que juntou duas forcas de quadrantes politicos diferentes, esse acrodo catapultou o pais do fundo da tabela para os lugares cimeiros...

Folgo em saber que existe pessoal neste blog em que se consegue manter um debate sem ambiguidades e evasivas (e repare nem somos do mesmo quadrante politico).

10/26/2006 06:01:00 da tarde  
Anonymous Anónimo escreveu...

Gosto do debate caro anónimo, não duvide. Ajuda-me a cimentar ideias.
Em relação ao que disse no seu comentário, penso que os acordos, sejam eles de que tipo for, entre duas visões politicas avessas, resultam sempre de uma degeneração e corrupção dessas ideologias. Se são contrárias por alguma coisa é, não lhe parece?
Esses consensos são perigosos precisamente porque resultam da destruição do radicalismo ideológico. E repare que quando digo radicalismo não se deve ler fundamentalismo. Radicalismo sim no sentido de fidelidade à raiz - a "radix" - de um determinado tipo de pensamento proveniente de uma certa convicção.
Deixe-me dizer-lhe que deste ponto de vista, por exemplo, admiro mais Cunhal que tantos outros vendidos da politica portuguesa. Pelo menos ele, embora desprezível nas convicções, foi "honrado" na fidelidade que lhes deveu.

10/26/2006 06:31:00 da tarde  
Anonymous Anónimo escreveu...

"resultam sempre de uma degeneração e corrupção dessas ideologias. Se são contrárias por alguma coisa é, não lhe parece?"

A sua visao a meu ver e um pouco limitativa..se diz por um lado que gosta de debate, por outro diz que o resultado deste e sempre uma degeneracao...esse radicalismo ideologico que professa foi responsavel por muitas atrocidades...deixo apenas um exemplo se a corrente maioritaria fosse contraria a sua escola de pensamento, o radicalismo implica que vosse sofresse perseguicao...o que nao e correcto, nao concorda?

10/27/2006 05:58:00 da tarde  

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