Falta aconselhamento em consultas de aborto
A associação Juntos pela Vida afirma que "não está a ser realizado um verdadeiro aconselhamento" às mulheres que se deslocam aos serviços de saúde para fazer interrupções voluntárias da gravidez, afirma o seu secretário-geral, António Pinheiro Torres. Pinheiro Torres considera que o aborto legal está a ser facilitado, "sem que seja feito esforço para proporcionar alternativas". Manifesta preocupação pela forma como o Governo faz um balanço positivo do processo, dizendo que "tudo está a correr bem", quando até agora terão sido feitos cerca de três mil abortos. O responsável diz que têm relatos de mulheres que foram aos hospitais e depois a centros de apoio à vida que dão conta de situações em não está a ser feito "verdadeiro aconselhamento". Para António Pinheiro Torres esta é uma consequência do facto de apenas fazerem parte do processo de aborto profissionais de saúde para quem o aborto "é indiferente ou são favoráveis a que se realize". Referindo-se a relatos na imprensa, Pinheiro Torres acrescenta ainda que, tal como previam, "o aborto ilegal não terminou". O responsável dos Juntos pela Vida nota também que "há grandes dificuldades na objecção de consciência", já que nos formulários fornecidos para os profissionais assinarem têm que dizer que, mesmo não estando de acordo, têm que encaminhar estas mulheres para os serviços onde se fazem interrupções voluntárias da gravidez. "Muitos profissionais assinaram declarações de objecção individuais". Ao mesmo tempo afirma que há profissionais que foram pressionados a não fazerem objecção e fala do caso de um enfermeiro do Algarve que teve que ser acompanhado por um advogado. Como boa notícia assinala o nascimento de "novas obras de apoio a mulheres com dificuldades", referindo-se, por exemplo, a um centro de apoio à vida em Lamego, Évora, Caldas da Rainha e Setúbal, locais onde não existia a valência.
1 Comentários:
Um ano passou. Depois de uma pausa, mais ou menos esclarecedora, decidi regressar.
Não haverá, passado este tempo, menos pessoas sem alimento. Nem haverá menos pessoas sem condições mínimas de existência. O que parece existir, agora, é uma condição de acção necessária e urgente. Um imperativo moral, humano. Uma escolha que faço, como todos os colegas da blogosfera, e que serve, cada vez mais, para lembrar algo de essencial a todos nós, seres humanos: a nossa liberdade de expressão. E, hoje, passado tempo, para muitos tempo maior que para nós, é humano libertar a expressão e criticar. E quando digo criticar, digo lembrar alguém que tosse enquanto adormece, porque nada teve para comer. Como digo manifestar opinião sobre o caminho que se caminha, sobre a sua direcção, ou sobre os caminhos mais pequenos que ele atravessa.
Um ano passou, e muitos mais que nós sentiram cem anos passar. Sem esperança. Conformadas. Isoladas. Sem voz. Outros mais sentiram um ano passar depressa demais. Satisfeitas. Extasiadas. Desejosas de anos semelhantes.
Pois, eu pergunto: E nós, como eu? Como passamos?
Por mim, passei no meio. Senti dias de satisfação, de esperança garantida Mas outros dias senti um nó no estômago. E grande. Senti que algo está cada vez pior. Percebi que o Mundo se encontra negro, por debaixo do nosso peito. E que a nossa realidade, a da satisfação, é, porventura, a mais pequena de todas as realidades hoje constatadas.
Portanto, decidi regressar. Porque não tinha mais estômago para aguentar tanto nó. Porque percebi que existe um imperativo moral novo, que nós, os livre-pensadores, devemos seguir e manifestar, alargar e fomentar, e que, apesar de os dias que correm se passarem num imenso corredor escuro, onde por mais que se grite, ninguém nos ouve, não devemos nunca deixar de o fazer. A fazê-lo, esquece-se o que nos faz ser: a humanidade.
Neste caminho novo, seguirei acompanhado. Como nova forma de me manifestar, juntei outras vozes à minha voz, e juntas publicaremos diariamente, neste blog, a expressão do nosso imperativo moral.
Por todos aqueles que não podem criticar.
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