segunda-feira, outubro 22, 2007

A verdade é como o azeite

Mais de um quinto das mulheres que demandam a lisboeta Clínica dos Arcos, um dos três estabelecimentos privados certificados no País para interrupções de gravidez até às dez semanas por vontade da mulher, já terão ultrapassado esse prazo de gestação.
Sei de três casos em que mulheres foram a farmácias comprar Cytotec [misoprostol, um medicamento para o estômago com potencialidades abortivas], dizendo a quem as atendeu que era para abortar. E o medicamento foi-lhes vendido. Nem elas nem as farmácias pareciam ter consciência de que é ilegal o aborto efectuado fora dos estabelecimentos autorizados.
Uma enfermeira da zona de Lisboa que há mais de uma década leva a cabo interrupções de gravidez até às 8 semanas num quarto dos fundos da sua casa garante que também ela quer parar, apesar de continuar a ter "solicitações". "Algumas aparecem já com mais de dez semanas, outras ainda antes das oito. Às primeiras digo, como sempre disse, não; à maioria da outras remeto para a estrutura legal." Ainda assim, houve quem ainda encontrasse nela a solução para "o problema". Quatro ou cinco, garante, não mais. "Gente que não quer ser exposta, algumas repetentes...