Por que voto "não"
(por António Pires de Lima)
1.Saddam Hussein foi objecto de um homicídio autorizado legalmente: nisto consiste a execução da pena de morte.
Admito que tenha cometido crimes da maior gravidade. Monstruosos e inumanos. Em minha opinião o facto de se lhe tirar a vida constitui, ou traduz, a barbárie confessa de uma sociedade que se considera a ela própria incapaz de promover, sequer tentar, a regeneração do responsável.
Recebemos a notícia da sua execução. E houve quem, sorrateira ou não, tenha filmado o acontecimento.
Fê-lo no desejo de vingança? Fê-lo porque quis registar o fim de quem o havia ofendido, ou a seus familiares, ou a seus amigos ou vizinhos? Ou tão-só na esperança de auferir alguns lucros pela venda do registo?
Pouco importa.
O que se impõe registar é que há quem, pessoas ou instituições, que adquiriram o filme e o divulgaram em diferentes noticiários. Fizeram-no no cumprimento de dever de informação? Não creio. Trata-se de imagens que, ainda que transmitidas com o acompanhamento de palavras de repulsa, traduzem a ignomínia que não deve ser divulgada. Quem o fez, ou autorizou, revelou incompetência para o cargo que ocupa.
Lembram-me aqueles púdicos que, perante a imagem proibida, clamam pelo terror, cobrindo a cara com os dedos afastados para que os olhos continuem a ver.
2. Há tempos os jornais noticiaram o caso de um autarca que era alvo de ameaça legal pelo facto de uma despesa que fizera:
Dera-se o caso de que tivera conhecimento de que alguns munícipes, já entrados na idade, alinhavam uma longa fila de espera para que fossem operados a cataratas. O tempo que tardava a chegar para a sua vez era, provavelmente, bem superior ao que teriam de vida. E vai daí o autarca entendeu utilizar o dinheiro disponível para antecipar as intervenções cirúrgicas em clínicas particulares, permitindo que os pacientes recuperassem a vista imediatamente.
A acusação ao autor da iniciativa centrou-se no facto de que a despesa não estava legalmente prevista, o dinheiro destinava-se a um outro qualquer fim específico.
3. Presentemente qualquer cidadão que trabalha está sujeito a deixar a maior parte do produto que aufere em impostos.
É o imposto de rendimento de pessoas singulares, o dito IRS, é o imposto que satisfaz quem tem habitação própria, é o que eleva a renda que se paga, porque acrescentada do imposto que o proprietário vai pagar, é o que se paga de IVA em tudo quanto se adquire para o sustento e manutenção (nos alimentos, nos produtos essenciais, água, luz, etc.), quem tem veículo, o que se tem de gastar, se se adquirir qualquer produto para o seu funcionamento ou manutenção, ou o que recai sobre transportes colectivos, etc., etc. Cálculos feitos, em bom rigor, mais de metade do rendimento bruto está afecto a receita do Estado através de impostos directos ou indirectos.
Da utilidade que advêm destas autênticas espoliações estamos vistos: não consta que as populações mais carenciadas vejam minoradas as suas dificuldades; ou que a saúde tenha melhorado, nem sequer nos cuidados preventivos...; da justiça aquilo que podemos dizer é "paz à sua alma"; quanto à educação ou formação, o que se apresenta são os cartazes em honra da sr.ª ministra, porque, diz a sr.ª "perdeu os professores mas ganhou a população". Presunção e água benta...
As medidas que têm sido adoptadas em qualquer destes campos são meras correias de transmissão da ânsia de equilibrar os cofres. São soluções economicistas.
Mas os portugueses, num avanço que se diz civilizacional (?!) em breve, 11 de Fevereiro, vão poder decidir, uma vez mais (e tantas até que digam sim, porque isso é que é democracia), se aceitam que os rendimentos que lhes tiram sejam canalizados para pagar abortos.
Terão oportunidade, se vencer o "sim", e se as televisões cumprirem as suas missões sadâmicas, de assistir aos filmes de aborto provocado de seres vivos, sem que tenham tido a oportunidade de se defender.
Enfim: teremos, em Portugal, o regresso ao tempo da destruição legalmente permitida de seres humanos, tal como quando aqui vigorava a pena de morte. E os autarcas, conscientes e humanos, terão de continuar a infringir as regras orçamentais para que as populações tenham a assistência adequada e necessária, porque há que "higienizar o aborto".
Nisso estão empenhados declaradamente, alguns (vários) membros do Governo. É essa a forma como entendem a sua missão. A bem da nação!
1.Saddam Hussein foi objecto de um homicídio autorizado legalmente: nisto consiste a execução da pena de morte.
Admito que tenha cometido crimes da maior gravidade. Monstruosos e inumanos. Em minha opinião o facto de se lhe tirar a vida constitui, ou traduz, a barbárie confessa de uma sociedade que se considera a ela própria incapaz de promover, sequer tentar, a regeneração do responsável.
Recebemos a notícia da sua execução. E houve quem, sorrateira ou não, tenha filmado o acontecimento.
Fê-lo no desejo de vingança? Fê-lo porque quis registar o fim de quem o havia ofendido, ou a seus familiares, ou a seus amigos ou vizinhos? Ou tão-só na esperança de auferir alguns lucros pela venda do registo?
Pouco importa.
O que se impõe registar é que há quem, pessoas ou instituições, que adquiriram o filme e o divulgaram em diferentes noticiários. Fizeram-no no cumprimento de dever de informação? Não creio. Trata-se de imagens que, ainda que transmitidas com o acompanhamento de palavras de repulsa, traduzem a ignomínia que não deve ser divulgada. Quem o fez, ou autorizou, revelou incompetência para o cargo que ocupa.
Lembram-me aqueles púdicos que, perante a imagem proibida, clamam pelo terror, cobrindo a cara com os dedos afastados para que os olhos continuem a ver.
2. Há tempos os jornais noticiaram o caso de um autarca que era alvo de ameaça legal pelo facto de uma despesa que fizera:
Dera-se o caso de que tivera conhecimento de que alguns munícipes, já entrados na idade, alinhavam uma longa fila de espera para que fossem operados a cataratas. O tempo que tardava a chegar para a sua vez era, provavelmente, bem superior ao que teriam de vida. E vai daí o autarca entendeu utilizar o dinheiro disponível para antecipar as intervenções cirúrgicas em clínicas particulares, permitindo que os pacientes recuperassem a vista imediatamente.
A acusação ao autor da iniciativa centrou-se no facto de que a despesa não estava legalmente prevista, o dinheiro destinava-se a um outro qualquer fim específico.
3. Presentemente qualquer cidadão que trabalha está sujeito a deixar a maior parte do produto que aufere em impostos.
É o imposto de rendimento de pessoas singulares, o dito IRS, é o imposto que satisfaz quem tem habitação própria, é o que eleva a renda que se paga, porque acrescentada do imposto que o proprietário vai pagar, é o que se paga de IVA em tudo quanto se adquire para o sustento e manutenção (nos alimentos, nos produtos essenciais, água, luz, etc.), quem tem veículo, o que se tem de gastar, se se adquirir qualquer produto para o seu funcionamento ou manutenção, ou o que recai sobre transportes colectivos, etc., etc. Cálculos feitos, em bom rigor, mais de metade do rendimento bruto está afecto a receita do Estado através de impostos directos ou indirectos.
Da utilidade que advêm destas autênticas espoliações estamos vistos: não consta que as populações mais carenciadas vejam minoradas as suas dificuldades; ou que a saúde tenha melhorado, nem sequer nos cuidados preventivos...; da justiça aquilo que podemos dizer é "paz à sua alma"; quanto à educação ou formação, o que se apresenta são os cartazes em honra da sr.ª ministra, porque, diz a sr.ª "perdeu os professores mas ganhou a população". Presunção e água benta...
As medidas que têm sido adoptadas em qualquer destes campos são meras correias de transmissão da ânsia de equilibrar os cofres. São soluções economicistas.
Mas os portugueses, num avanço que se diz civilizacional (?!) em breve, 11 de Fevereiro, vão poder decidir, uma vez mais (e tantas até que digam sim, porque isso é que é democracia), se aceitam que os rendimentos que lhes tiram sejam canalizados para pagar abortos.
Terão oportunidade, se vencer o "sim", e se as televisões cumprirem as suas missões sadâmicas, de assistir aos filmes de aborto provocado de seres vivos, sem que tenham tido a oportunidade de se defender.
Enfim: teremos, em Portugal, o regresso ao tempo da destruição legalmente permitida de seres humanos, tal como quando aqui vigorava a pena de morte. E os autarcas, conscientes e humanos, terão de continuar a infringir as regras orçamentais para que as populações tenham a assistência adequada e necessária, porque há que "higienizar o aborto".
Nisso estão empenhados declaradamente, alguns (vários) membros do Governo. É essa a forma como entendem a sua missão. A bem da nação!
0 Comentários:
Enviar um comentário
<< Entrada