sexta-feira, julho 16, 2010

Federação Portuguesa pela Vida quer reavaliação da lei

A presidente da Federação Portuguesa pela Vida (FPV) defendeu ontem uma reavaliação da Lei da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), que entrou em vigor há três anos, exigindo a criação de "apoio concreto" às mulheres. "Defendemos que se faça uma reavaliação e uma alteração da lei que está em vigor", disse Isilda Pegado, à margem da apresentação do estudo "Liberalização do Aborto em Portugal, três anos depois".
O estudo da FPV baseia-se nos dados da Direcção-Geral de Saúde (DGS) e estima que nos últimos três anos tenham sido feitos 53500 abortos legais em Portugal. De acordo com os dados da DGS, entre Julho de 2007 e Junho de 2008 foram realizadas 15370 IVG "por opção da mulher" e entre Junho de 2008 e Junho de 2009, 18856.
Para 2010 ainda não existem números da DGS, que só contabilizou os abortos legais entre Junho e Dezembro de 2009 (8846). A FPV chegou ao total de 53500, segundo explicou o coordenador do estudo Francisco Vilhena da Cunha, "considerando a evolução e a tendência de 2008 e 2009".
De fora destes dados ficam as mulheres que por vergonha de ir aos serviços de saúde ou por terem deixado passar o prazo legal ainda recorrem ao aborto clandestino, conforme alerta o director executivo da Associação para o Planeamento da Família (APF), Duarte Vilar.
Três anos depois da entrada em vigor da lei, os grupos que lutaram contra a lei continuam activos. Um desses exemplos é a Missão Mãos Erguidas, que todos os dias se reúne junto à Clínica dos Arcos, em Lisboa, para rezar o terço dos não nascidos. O grupo conversa com as mulheres e oferece ajuda. A fundadora da missão, Leonor Ribeiro e Castro, adiantou ao DN que ontem de manhã uma mulher já tinha desistido de fazer um aborto.