domingo, maio 23, 2010

ATÉ QUE ENFIM!

Parte da minha formação, devo-a aos Jesuítas!

Tenho a maior veneração pela Companhia histórica. Sou um afortunado, porque, no percurso da minha vida, encontrei no caminho sacerdotes dignos da herança do magno Fundador desta ordem religiosa. E foram esses que muito marcaram a minha formação intelectual e, o que é mais importante, influíram poderosamente na minha alma. No âmbito da minha valorização espiritual, vem de molde lembrar um nome que destaca do meio de mais alguns --- o excelso P. João Cabral, cuja fotografia é presença contínua numa das estantes que me rodeiam.

Mas por aquele que assina as linhas que seguem, não nutria qualquer admiração. Considerava-o mesmo, a par de outros, responsável pelo estado a que chegámos.

Por graça do Divino Espírito Santo, cuja festa estamos a celebrar, apareceu há dias de férula em punho. Dir-se-á que acordou e viu que as definições, principalmente no campo moral, têm de ser claras. Não é com esoterismos que se combate a iniquidade, nem com panos quentes.

Deus lhe pague por este bem e que o Espírito Santo lhe dê a necessária fortaleza para ser pastor de ovelhas compreensivelmente desorientadas.

Reproduzo o texto ( tal como ele chegou ao meu conhecimento ), com assinatura do autor a final:

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A união de homossexuais e o Presidente da Republica

O título mais exacto do comentário que se segue seria "A pirueta da triste figura". Senti um arrepio, quase vómito, quando acabei de ouvir o Prof. Cavaco Silva. Que vergonha, senti. Por ele, claro. E pelo país. Assim ficou para a história como o padrinho (the best man) dos homossexuais, por incoerência da sua decisão, quando poderia ter passado à História como alguém que sem disfarce piedoso e paternalista segue as suas convicções, independente de votos e oportunismos. Seria bem preferível que, sem mais, tivesse promulgado o tal "casamento", porque sim, porque assim o achava. Mas vir dizer a todo um país que ele pensou bem e não está de acordo e deu provas disso, que há outros modos e figuras jurídicas para o caso que são seguidas nos países que ninguém se atreve a chamar de atrasados; mais, que só uma minoria na Europa assumiu esta forma e, depois, num salto mortal, conclui ao contrário e promulga! O dito por não dito. Claro, arranjou duas "razões". Falsas. E uma delas é ofensiva da dignidade e inteligência de um povo: estamos tão em crise e tão miseráveis que não nos podemos distrair com este tipo de debates! Ora, estes temas humanos é que são sérios, até porque a verdadeira crise é de valores. O Senhor Presidente pode ter a certeza de que o povo, "na sua menoridade" o que vai discutir é sobre futebol em África e o campeonato do Mundo. A outra razão também é "enorme"! A Assembleia vai aprovar outra vez e já não será possível vetá-lo. Pois não seria, se não houvesse outras coisas a fazer. Até dissolver a Assembleia seria possível. Aliás ninguém pode garantir em absoluto que uma lei passe (ou não) e que não haja mudanças de opinião, sobretudo quando a maioria não está assim tão garantida! De facto, usar tal argumento e agir assim com tal pirueta é como se alguém dissesse "vou-me suicidar porque é certo que dentro de algum tempo morrerei".

Eis aqui um exemplo de um mau discernimento, do que é deixar-se levar pelas aparências de bem, do que é não clarificar nem assumir as verdadeiras motivações e arranjar "boas" razões, saídas airosas para proteger as próprias conveniências.

Enfim, não se podem julgar as pessoas, mas as piruetas, sim.

Vasco Pinto de Magalhães s.j.

1 Comentários:

Blogger l. escreveu...

Vejam as minhas palavras http://corta-cola-bloga.blogspot.com/2010/06/estatuto-do-nascituro.html

6/01/2010 02:02:00 da manhã  

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