O meu 'Não' e mais duas ou três considerações
Encerro a minha participação neste "Pela Vida" - quase quatro meses em linha de que, creio, nos podemos orgulhar - com meia dúzia de considerações que, naturalmente, representam o meu 'Não', apenas esse e o de mais nenhum dos contertúlios.
Porque digo sim à Vida, digo 'Não' hoje como disse 'Não' em 1998; e teria dito igualmente 'Não' à lei actualmente existente. Nisso, faço por ter uma posição absolutamente coerente: um bebé com deficiências tem todo o direito de nascer, tal e qual um outro que tenha vindo ao mundo por causa de uma violação. Aceito sem problema algum a excepção que consagra a existência de risco de vida para a mãe, posto que nesse caso - e apenas nesse - existe manifestamente um conflito de interesses superior, entre duas Vidas. E é neste quadro que acrescento que, em caso de vitória do 'Não', agradecia aos ilustres senhores deputados que respeitassem o sentido do voto maioritário.
Digo 'Não' porque a liberalização total do aborto a pedido, sem que seja necessário invocar razão alguma que não seja o "porque sim", aumenta a prática do número de abortos. Foi assim em todo o lado e não se vislumbra motivo sério que possa indicar que por cá será diferente.
Digo 'Não' porque recuso que o aborto, a solução mais fácil, seja a única saída que um Estado resignado tem para oferecer às mulheres e aos homens do meu país, desresponsabilizando-se assim de apoiar quem mais precisa de ajuda.
Digo 'Não' porque me custa conviver com um sistema normativo que se demite conscientemente de proteger a parte mais fraca.
Isto dito, permitam-me duas saudações: quero cumprimentar todos os movimentos cívicos que, ao longo destes últimos dois meses, mostraram por todos os cantos do país numa atitude exemplar que as grandes batalhas, aquelas que melhor determinam o tipo de civilização que queremos e o país que desejamos legar aos nossos filhos, não se fazem com os partidos, antes pelo contrário; e gostaria, em segundo lugar, de aplaudir a excelente prestação "internética" do campo do 'Não', agradecendo a todos quantos deram corpo a inúmeros blogues e sítios que, diariamente, batalharam em defesa da Vida sem intenções outras que não essa. Correndo conscientemente o risco de ser injusto para com os demais, permito-me destacar o Blogue do Não que, quanto a mim, deu mostras de qualidade e inovação bastantes, como que abrindo uma porta para o que poderão vir a ser, em boa parte, as campanhas do futuro.
Termino dizendo algo que me parece na verdade o mais importante: independentemente do resultado do referendo de domingo (e eu acredito que vamos ganhar!), seria extremamente gratificante observar que, logo a partir do dia 12, muitos dos que ultimamente combateram em favor da Vida dissessem presente no apoio ao trabalho diário e invisível das associações de defesa da Vida que - é sempre bom lembrar! - são as únicas organizações que em Portugal estão no terreno, cheias de dificuldades, desde 1998. É aliás com esse conhecimento de causa que só posso sorrir quando, nos directos dos eventos do 'sim', se observa o ar de grande preocupação (televisiva) para com as mulheres. Lembro-me logo do Rodrigo Emílio que escreveu num outro contexto: "muita farda, fardeta/ e treta, treta e mais treta".
Porque digo sim à Vida, digo 'Não' hoje como disse 'Não' em 1998; e teria dito igualmente 'Não' à lei actualmente existente. Nisso, faço por ter uma posição absolutamente coerente: um bebé com deficiências tem todo o direito de nascer, tal e qual um outro que tenha vindo ao mundo por causa de uma violação. Aceito sem problema algum a excepção que consagra a existência de risco de vida para a mãe, posto que nesse caso - e apenas nesse - existe manifestamente um conflito de interesses superior, entre duas Vidas. E é neste quadro que acrescento que, em caso de vitória do 'Não', agradecia aos ilustres senhores deputados que respeitassem o sentido do voto maioritário.
Digo 'Não' porque a liberalização total do aborto a pedido, sem que seja necessário invocar razão alguma que não seja o "porque sim", aumenta a prática do número de abortos. Foi assim em todo o lado e não se vislumbra motivo sério que possa indicar que por cá será diferente.
Digo 'Não' porque recuso que o aborto, a solução mais fácil, seja a única saída que um Estado resignado tem para oferecer às mulheres e aos homens do meu país, desresponsabilizando-se assim de apoiar quem mais precisa de ajuda.
Digo 'Não' porque me custa conviver com um sistema normativo que se demite conscientemente de proteger a parte mais fraca.
Isto dito, permitam-me duas saudações: quero cumprimentar todos os movimentos cívicos que, ao longo destes últimos dois meses, mostraram por todos os cantos do país numa atitude exemplar que as grandes batalhas, aquelas que melhor determinam o tipo de civilização que queremos e o país que desejamos legar aos nossos filhos, não se fazem com os partidos, antes pelo contrário; e gostaria, em segundo lugar, de aplaudir a excelente prestação "internética" do campo do 'Não', agradecendo a todos quantos deram corpo a inúmeros blogues e sítios que, diariamente, batalharam em defesa da Vida sem intenções outras que não essa. Correndo conscientemente o risco de ser injusto para com os demais, permito-me destacar o Blogue do Não que, quanto a mim, deu mostras de qualidade e inovação bastantes, como que abrindo uma porta para o que poderão vir a ser, em boa parte, as campanhas do futuro.
Termino dizendo algo que me parece na verdade o mais importante: independentemente do resultado do referendo de domingo (e eu acredito que vamos ganhar!), seria extremamente gratificante observar que, logo a partir do dia 12, muitos dos que ultimamente combateram em favor da Vida dissessem presente no apoio ao trabalho diário e invisível das associações de defesa da Vida que - é sempre bom lembrar! - são as únicas organizações que em Portugal estão no terreno, cheias de dificuldades, desde 1998. É aliás com esse conhecimento de causa que só posso sorrir quando, nos directos dos eventos do 'sim', se observa o ar de grande preocupação (televisiva) para com as mulheres. Lembro-me logo do Rodrigo Emílio que escreveu num outro contexto: "muita farda, fardeta/ e treta, treta e mais treta".
2 Comentários:
Caros,
Queria agradecer a todos o maravilhoso empenho pela defesa da Vida. Que Deus vos dê muita força a vocês e a todos nós que tanto precisaremos. Lutemos sempre pelo Direito Natural fundamental de nascer! Domingo lá estaremos! Pela Vida, votemos "NÃO"!
Pedro Lopes
Acompanhei-vos estes meses todos e é a 1ª vez que deixo aqui um comentário só para agradecer o vosso empenho.
Bem-hajam por tudo, que Deus vos ajude ao longo de vossas vidas!
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