Citações
"É importante acentuar a confusão semântica em que assenta grande parte do debate acerca do aborto. Vários conceitos são ou podem ser utilizados: os de moralidade / imoralidade, licitude / ilicitude, legitimidade / ilegitimidade, legalidade / ilegalidade, criminalização / discriminalização. Subjaz a todos os conceitos assinalados a dicotomia autorizado / proibido.
Os discursos políticos e jurídicos contemporâneos - por exemplo revelados no preâmbulo das leis - são caracterizados por uma linguagem depurada de adjectivos, escrita de modo igual, mecânico e indiferente, quer se trate de introduzir um novo Código Penal ou uma alteração a ele, quer se trate de uma medida de polícia ou de uma disposição económica. Tudo tem a mesma gravidade, ou, dito de outro modo, nada tem gravidade.
Esta linguagem depurada, pretensamente neutra do ponto de vista ético, exprime uma doença mortal das sociedades democráticas contemporâneas: a indiferença ética.
A indiferença não se confunde com tolerância: da ideia de tolerância perante os juízos morais individuais, o Estado orienta-se para uma política de indiferença ética: tudo é permitido."
Os discursos políticos e jurídicos contemporâneos - por exemplo revelados no preâmbulo das leis - são caracterizados por uma linguagem depurada de adjectivos, escrita de modo igual, mecânico e indiferente, quer se trate de introduzir um novo Código Penal ou uma alteração a ele, quer se trate de uma medida de polícia ou de uma disposição económica. Tudo tem a mesma gravidade, ou, dito de outro modo, nada tem gravidade.
Esta linguagem depurada, pretensamente neutra do ponto de vista ético, exprime uma doença mortal das sociedades democráticas contemporâneas: a indiferença ética.
A indiferença não se confunde com tolerância: da ideia de tolerância perante os juízos morais individuais, o Estado orienta-se para uma política de indiferença ética: tudo é permitido."
António Pedro Barbas Homem, professor de Direito (que fez, ainda para mais, por ser mestre deste escriba), in "Vida e Direito - Reflexões sobre um Referendo", Junho de 1998, ed. Principia.
7 Comentários:
primeiro que tudo devo dizer que apoio o aborto e não venho aqui para provocar nem nada parecido.
Acho que o aborto devia ser despenalizado, porque acima de tudo é a despenalização da liberdade. Não é uma questão de as pessoas deixarem de utilizar métodos contraceptivos só porque "podem abortar" é uma questão de liberdade de escolha quando a criança não poderia levar uma vida digna. Ou preferem que não haja aborto e depois as crianças andam sem condições, sem comer de jeito e acabam por levar uma vida de crime? Li num dos comentários anteriores em relação à alma e que uma alma abortada não seria aceite no Paraíso, etc e tal. Primeiro não tenho crenças Católicas, tenho as minhas próprias crenças e ideias existenciais baseadas nas ideias de várias religiões, mas o que é certo é que uma criança que tenha roubado outros (ainda que para viver) não vai para o paraíso também. Então a criancinha, sofre em vida, por não ter condições de vida, e sofre teoricamente em morte também, por causa da vida que foi levada a ter, porque não deixaram os pais abortar. Porque o óvulo está fecundado então tem que nascer, nem que seja para ser mal-tratado. Não me sugiram adopção... porque sabem tão bem como eu quão raros são os casos de sucesso de crianças que provêm de centros adoptivos.
Eu digo ABORTEM, com moderação, não acho é que uma mão-cheia de "contras" tenham o direito de criar mais miséria em Portugal.
"é uma questão de liberdade de escolha quando a criança não poderia levar uma vida digna. Ou preferem que não haja aborto e depois as crianças andam sem condições, sem comer de jeito e acabam por levar uma vida de crime?"
Devo dizer que concordo consigo, por isso defendo o aborto até aos nove meses, e se já criança ou jovem tiver dificuldades deve-se cometer homicidio...claro que sim tem toda a razão...
Defendo o aborto caso se consiga detectar que o feto apresentara caracteristicas proprias dos senhores que ocupam este blogue...sem limitacao de semanas.
"Abortem com moderação" - mas alguém se deu conta da BARBARIDADE que este ser disse?...
Beba, mas com moderação; Fume, mas com moderação; Fuja-se ao fisco, mas com moderação; Atropelem-se os velhos que demoram 5 minutos a atravessar a estrada MAS COM MODERAÇÃO?!?!?
Caro firing... Despenalizar a liberdade, conceito que estou segura que desconhece, não quer dizer desresponsabiizar as pessoas dos seus actos. Um Estado não se pode dar ao luxo de deixar de definir as linhas da "decência" - já não lhe chamo dignidade, porque em Portugal é uma palavra obsucura!
Já agora, Pedro, o Professor Barbas Homem é, sem dúvida, um mestre. E como tal, é preciso seguir as suas indicações... Vamo-nos a ELES!
Abortar com moderação...pssss...
Catarina
Anonymous said...
Defendo o aborto caso se consiga detectar que o feto apresentara caracteristicas proprias dos senhores que ocupam este blogue...sem limitacao de semanas.
O menino é mau, mas não mete medo.
O menino é mau, mas não mete medo.
O caro vitor a mim mete-me medo...medo que possa ter um filho como voce...ou como esta corja fascisoide que por aqui habita...
Pode estar descansado que eu não tenho intenções de lhe fazer nenhum.
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