Grande descida dos nascimentos
(notícia no Público)
O "teste do pezinho", feito a quase todos os bebés que nascem em Portugal, chegou no ano passado a 105.138 recém-nascidos. Em 2005 tinha havido 108.710 a ser rastreados para despistar doenças graves. O presidente da Comissão Nacional do Diagnóstico Precoce, Rui Vaz Osório, só vê uma explicação para esta diminuição, de um ano para o outro, de 3580 amostras de sangue estudadas: "Nasceram muito menos crianças. São más notícias."
O Instituto Nacional de Estatística (INE) ainda não dispõe do número de nados-vivos, em todo o país, ao longo de 2006. Mas Vaz Osório não tem dúvidas de que "estamos outra vez em baixa na natalidade".
Houve um "pico" de nascimentos em 2000, mas nos anos seguintes os valores nunca mais se aproximaram desse número. O Programa Nacional de Diagnóstico Precoce teve início em 1979. Apresenta uma taxa de cobertura de 99,3 por cento. Consiste na recolha, no calcanhar do recém-nascido, de uma amostra de sangue que depois é enviada para o Instituto de Genética Médica Jacinto de Magalhães, no Porto, onde é analisada. Na sede do rastreio são actualmente despistadas 22 doenças hereditárias do metabolismo e o hipotiroidismo congénito.
O número de fichas recebidas no ano passado é tão baixo como já não se via desde meados da década de 1990 - quando, em 1995, não nasceram mais que 107.184 bebés e o "teste do pezinho", então com uma cobertura a rondar os 98 por cento, abrangeu 104.963.
O presidente da comissão do diagnóstico põe de parte a hipótese de a taxa de cobertura do rastreio ter descido de 2005 para 2006 e arrisca por isso dizer que só pode ter havido uma quebra de "uns três mil" nascimentos.
As contas fazem-se desta maneira: em 2005, foram analisadas 108.710 amostras, num universo de 109.457 nados-vivos registados; se no ano seguinte a taxa de cobertura do teste (99,3 por cento) se manteve e houve 105.138 colheitas estudadas, então terão nascido nesse ano à volta de 105.800 crianças.
Os dados deste rastreio nos primeiros dias de vida têm sido, ao longo dos anos, um indicador fiável das oscilações no número de nascimentos. Foi Vaz Osório a primeira pessoa a constatar - antes de as estatísticas oficiais estarem prontas - que em 1996, pela primeira vez em vários anos, tinha havido um aumento significativo do número de crianças a nascer no país.
Dessa vez tinha sido ao contrário. À sede do diagnóstico precoce tinham chegado muito mais amostras de sangue do que o número de nados-vivos registado no ano imediatamente anterior. A conclusão não tinha por onde falhar: só podiam ter nascido mais bebés.
Desde o início da década de 1980 que o nível de substituição de gerações (2,1 crianças por mulher) deixou de ser assegurado em Portugal. Em 1975 cada portuguesa tinha em média 2,6 filhos; em 2005 esse valor tinha caído para 1,4 e a idade média da mulher na altura do primeiro filho era 28 anos (mais quatro do que 30 anos antes).
Estas estatísticas foram actualizadas pelo INE, no início do mês, a propósito do Dia Internacional da Mulher.
O "teste do pezinho", feito a quase todos os bebés que nascem em Portugal, chegou no ano passado a 105.138 recém-nascidos. Em 2005 tinha havido 108.710 a ser rastreados para despistar doenças graves. O presidente da Comissão Nacional do Diagnóstico Precoce, Rui Vaz Osório, só vê uma explicação para esta diminuição, de um ano para o outro, de 3580 amostras de sangue estudadas: "Nasceram muito menos crianças. São más notícias."
O Instituto Nacional de Estatística (INE) ainda não dispõe do número de nados-vivos, em todo o país, ao longo de 2006. Mas Vaz Osório não tem dúvidas de que "estamos outra vez em baixa na natalidade".
Houve um "pico" de nascimentos em 2000, mas nos anos seguintes os valores nunca mais se aproximaram desse número. O Programa Nacional de Diagnóstico Precoce teve início em 1979. Apresenta uma taxa de cobertura de 99,3 por cento. Consiste na recolha, no calcanhar do recém-nascido, de uma amostra de sangue que depois é enviada para o Instituto de Genética Médica Jacinto de Magalhães, no Porto, onde é analisada. Na sede do rastreio são actualmente despistadas 22 doenças hereditárias do metabolismo e o hipotiroidismo congénito.
O número de fichas recebidas no ano passado é tão baixo como já não se via desde meados da década de 1990 - quando, em 1995, não nasceram mais que 107.184 bebés e o "teste do pezinho", então com uma cobertura a rondar os 98 por cento, abrangeu 104.963.
O presidente da comissão do diagnóstico põe de parte a hipótese de a taxa de cobertura do rastreio ter descido de 2005 para 2006 e arrisca por isso dizer que só pode ter havido uma quebra de "uns três mil" nascimentos.
As contas fazem-se desta maneira: em 2005, foram analisadas 108.710 amostras, num universo de 109.457 nados-vivos registados; se no ano seguinte a taxa de cobertura do teste (99,3 por cento) se manteve e houve 105.138 colheitas estudadas, então terão nascido nesse ano à volta de 105.800 crianças.
Os dados deste rastreio nos primeiros dias de vida têm sido, ao longo dos anos, um indicador fiável das oscilações no número de nascimentos. Foi Vaz Osório a primeira pessoa a constatar - antes de as estatísticas oficiais estarem prontas - que em 1996, pela primeira vez em vários anos, tinha havido um aumento significativo do número de crianças a nascer no país.
Dessa vez tinha sido ao contrário. À sede do diagnóstico precoce tinham chegado muito mais amostras de sangue do que o número de nados-vivos registado no ano imediatamente anterior. A conclusão não tinha por onde falhar: só podiam ter nascido mais bebés.
Desde o início da década de 1980 que o nível de substituição de gerações (2,1 crianças por mulher) deixou de ser assegurado em Portugal. Em 1975 cada portuguesa tinha em média 2,6 filhos; em 2005 esse valor tinha caído para 1,4 e a idade média da mulher na altura do primeiro filho era 28 anos (mais quatro do que 30 anos antes).
Estas estatísticas foram actualizadas pelo INE, no início do mês, a propósito do Dia Internacional da Mulher.
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