Os filhos e os sarilhos
Houve tempos, na Europa, em que os filhos eram um importante factor económico - braços para o trabalho no campo ou para ajudar um artesão na oficina. Esses tempos passaram. Hoje, os filhos surgem a muitos casais como empecilhos nas carreiras, nas noitadas, nas férias e nos rendimentos. O velho provérbio ‘‘Quem tem filhos tem cadilhos’’, ou seja, tem aflições e inquietudes, tornou-se, progressivamente em ‘‘Quem tem filhos tem sarilhos’’ porque no sistema de vida europeu e ocidental os filhos são, realmente, um sarilho.
Ao oferecerem 67 por cento do salário líquido de uma mulher (até 1800 euros/mês, durante um ano, com os respectivos subsídios de Natal e férias), mantendo os vínculos laborais, os alemães trocam competitividade por maternidade. A ideia não é nova, uma vez que em diversos países europeus existiam já diversos incentivos ao nascimento. O problema é que nem sempre tem funcionado bem. O desenvolvimento parece acarretar, como maldição, a baixa de natalidade, fenómeno que - imagine-se! - começa já a atingir a China, que ainda há poucos anos implementou a limitação do número de filhos.
Em Portugal, como demasiadas vezes acontece, vamos bastante atrasados nesta matéria. A natalidade é decrescente, mas as vantagens de ter filhos quase não existem. Às mães, nomeadamente às jovens mães que acabam de ter o primeiro emprego, poucas ou nenhumas condições são dadas e as poucas que se tomaram não passam de paliativos, como a baixa do imposto sobre as fraldas de 21 para cinco por cento - grande ajuda!
É possível que a tendência seja inelutável. Mas antes de nos entregarmos à fatalidade da extinção poderíamos, a exemplo dos alemães, ensaiar um conjunto de medidas que favoreçam a maternidade. Desde logo nos impostos e nas condições de vida e de trabalho dos casais mais jovens.
(Do blogue da direcção do Expresso)
Ao oferecerem 67 por cento do salário líquido de uma mulher (até 1800 euros/mês, durante um ano, com os respectivos subsídios de Natal e férias), mantendo os vínculos laborais, os alemães trocam competitividade por maternidade. A ideia não é nova, uma vez que em diversos países europeus existiam já diversos incentivos ao nascimento. O problema é que nem sempre tem funcionado bem. O desenvolvimento parece acarretar, como maldição, a baixa de natalidade, fenómeno que - imagine-se! - começa já a atingir a China, que ainda há poucos anos implementou a limitação do número de filhos.
Em Portugal, como demasiadas vezes acontece, vamos bastante atrasados nesta matéria. A natalidade é decrescente, mas as vantagens de ter filhos quase não existem. Às mães, nomeadamente às jovens mães que acabam de ter o primeiro emprego, poucas ou nenhumas condições são dadas e as poucas que se tomaram não passam de paliativos, como a baixa do imposto sobre as fraldas de 21 para cinco por cento - grande ajuda!
É possível que a tendência seja inelutável. Mas antes de nos entregarmos à fatalidade da extinção poderíamos, a exemplo dos alemães, ensaiar um conjunto de medidas que favoreçam a maternidade. Desde logo nos impostos e nas condições de vida e de trabalho dos casais mais jovens.
(Do blogue da direcção do Expresso)
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