quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Pró-referendo organizam-se para manifestação nacional de protesto

As associações de defesa da família e do referendo sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo vão entregar hoje, quarta-feira, pareceres ao Parlamento, mas queixam-se de não terem sido ouvidas. Em breve vão para a rua em nome de um "debate sério" sobre o tema.
O Parlamento recusou ouvir os representantes da Plataforma Cidadania e Casamento sobre a lei do casamento de pessoas do mesmo sexo, dando-lhes, em compensação, prazo até hoje para enviarem pareceres à comissão de Assuntos Constitucionais onde está a ser feita a lei. "É o primeiro processo legislativo desde a nona legislatura em que é negada às associações da sociedade civil uma audição", declarou ao JN António Pinheiro Torres.
Os membros da Plataforma dizem-se ainda "surpreendidos" com a recusa por parte da Assembleia de um debate sobre o tema.
Na sequência de um pedido de reserva do auditório novo para realizar um debate a 21 ou a 28 de Janeiro, os serviços da secretaria-geral recusaram com o argumento de que "só se justifica a realização de encontros na Assembleia da República sobre o tema se estes forem organizados pela comissão competente". Ou seja, teriam que ser os deputados da comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais a propor, o que não aconteceu até agora.
Amanhã, um grupo de jovens deverá entregar ao presidente da Assembleia, Jaime Gama, a petição "O Povo Exige o Referendo", subscrita por mais de quatro mil assinantes (limite mínimo para uma petição).
Mas os protestos não vão parar. A plataforma Cidadania e Casamento já a mobilizar apoiantes por todo o país para uma manifestação nacional no dia 20, em Lisboa. "Queremos manifestar: que o casamento é entre um homem e uma mulher. Que cada criança tem direito a um pai e uma mãe. Que a família faz a sociedade", lê-se no manifesto publicado em www.casamentomesmosexo.org/manif/.