segunda-feira, dezembro 24, 2007

Aborto aumenta risco de partos prematuros

As mulheres que tenham sofrido abortos, espontâneos ou provocados, têm uma probabilidade acrescida de dar à luz bebés prematuros ou com peso a menos, segundo um estudo de uma equipa de médicos de saúde pública, da Virginia Commonwealth University, nos Estados Unidos.

A ocorrência de um aborto aumenta em quase três vezes o risco de um próximo bebé nascer com menos de 2,5 quilos . O problema é que o défice de peso está fortemente relacionado com a mortalidade na primeira semana de vida ou durante a infância.

Os riscos crescem substancialmente para s mulheres que tenham sofrido várias interrupções da gravidez ou abortos, embora o estudo não descrimine se o risco é maior ou menor para as situações espontâneas ou provocadas.

Até aqui, os investigadores não tinham conseguido encontrar um padrão consistente entre o aborto e os riscos para uma futura gestação. Enquanto alguns estudos apontavam para um risco acrescido, outros não alinhavam nessa direcção.

As conclusões agora apuradas pela equipa daquela universidade americana foram apuradas a partir da observação dos pormenores de mais de 45 mil nascimentos. Os registos de nascimento foram relacionados com o historial médico das mães, mas não discriminaram os abortos espontâneos dos voluntários. Os dados foram ainda comparados com registos de nascimento compreendidos no período entre 1959-66, quando o aborto era muito menos comum do que actualmente e as mulheres eram muito mais relutantes em admitir que o tivessem feito.

Os resultados - publicados no Journal of Epidemology and Community Health - demonstram que é mais provável que o aborto esteja ligado a bebés com baixo peso do que a partos prematuros. Mesmo depois de ajustados outros factores, como o consumo de tabaco, tensão alta ou consumo excessivo de álcool, os resultados mantiveram-se consistentes.

O tabagismo está fortemente relacionado com o baixo peso, mas não com os partos prematuros. Uma das explicações prováveis para os efeitos dos abortos nos futuros bebés é o facto de a ocorrência de infecções no útero poderem abrandar o crescimento dos fetos.

Os autores do estudo, coordenado por Tilahun Adera, dizem que embora este seja o maior estudo alguma vez feito nos Estados Unidos sobre esta temática, tem uma limitação, que é o facto de não se poder distinguir os efeitos dos abortos espontâneos daqueles que foram provocados, pela dificuldade em obter essa informação das mulheres.

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