sábado, outubro 17, 2009

Centenas de milhares em Madrid contra nova lei do aborto

Centenas de milhares de pessoas manifestaram-se, ontem, nas ruas da capital espanhola, contra a nova lei do aborto do Governo de Rodriguez Zapatero. O desfile, convocado por 44 associações ProVida, à qual aderiram 333 diversas organizações, das quais 243 internacionais, foi o mais sério protesto contra uma medida do Executivo socialista nos cinco anos de liderança de Zapatero.
“Só consideraremos o aborto uma questão encerrada quando não houver um único aborto em Espanha”. Foi com estas palavras, que levam o protesto além da crítica ao projecto da revisão da legislação de 1985, que Benigno Blanco, presidente do Foro da Família, concluiu o desfile de hora e meia. Contudo, no comunicado final só era pedida a retirada do novo projecto e novos apoios à maternidade. Os organizadores movem-se, assim, numa calculada ambiguidade de objectivos.
“Avé Zapatero, os que vão morrer te saúdam”, lia-se num cartaz exibido por cinco jovens na marcha das Portas do Sol à Porta de Alcalá. Um lema à margem do oficial – “pela vida, a mulher e a maternidade” –, e um dos raros momentos de criatividade cidadã numa iniciativa marcada por uma grande organização. Tudo foi preparado ao pormenor: a palavra de ordem “sim à vida, aborto não”, impôs-se sem dificuldade. “Aborto, novo holocausto” foi outra das frases não previstas no guião, mas que serviu para expressar o repúdio pela alteração da lei do aborto apresentada pelo gabinete socialista.