Ninguém está a favor? Então para quê esse referendo?
Na polémica sobre o aborto, nada é mais irritante do que os falsos consensos, as veneradas mentiras de conveniência.
Por exemplo, aquela de nos dizerem que afinal, no fim de contas, bem vistas as coisas, ninguém é a favor do aborto.
Ninguém - confirmam todos abanando as cabeças com ar compungido. E lá vão, abraçados, todos diferentes todos iguais.
Lamento o mau jeito - mas é falso, rotundamente falso. Há quem seja a favor, entusiasticamente, militantemente a favor.
No tempo em que essa polémica rebentou na praça pública (o que me tornou decididamente contra, sem reservas nem meias tintas) um slogan que unia as forças então mobilizadas a favor da plena legalidade de tais práticas era "aborto livre e gratuito, já". A reivindicação exposta era que se abrissem todas as portas do sistema nacional de saúde a quem o desejasse, para que se fizessem os abortos pedidos, em segurança e gratuitamente, sem outra limitação ou condicionamento que não fosse a manifestação de vontade da interessada. Não era admitido outro fundamento! Só a vontade e a liberdade ...
Era o tempo em que se apregoava que o abortamento tinha que chegar a ser considerado uma intervenção tão banal como a extracção de uma verruga - hoje seria a realização de um lifting - como condição de plena libertação da mulher.
Um projecto ideológico, puramente ideológico ... Então não há ninguém a favor?!!!
As justificações apresentadas para a legalização nesta polémica sobre o abortamento voluntário são classificáveis em dois grandes grupos, de acordo com a fundamentação ideológica.
Um quadro justificativo tem a ver com argumentos de natureza socialista-eugenista. É a questão das "condições objectivas", da "vida digna", da "criança desejada", dos problemas relacionados ou com o feto (não pode chamar-se criança!), ou com aqueles que o hão-de receber, ou com o meio envolvente.
Outro quadro fundamentador parte simplesmente de uma cosmovisão liberal-capitalista. A mulher é dona do seu próprio corpo, pode fazer com ele o que quiser. A propriedade absoluta, a liberdade sem outro limite que não a própria vontade. O feto (também não pode dizer-se criança!) é um fruto do tal capital - o corpo.
Estas linhas de argumentação com frequência misturam-se e apoiam-se reciprocamente. Não é de admirar: são convergentes, conduzem à mesma conclusão desejada. E desejada porquê? Porque se trata da afirmação lógica de pressupostos ideológicos, de modelos idealizados.
Com que então não há ninguém a favor?!!!
Por exemplo, aquela de nos dizerem que afinal, no fim de contas, bem vistas as coisas, ninguém é a favor do aborto.
Ninguém - confirmam todos abanando as cabeças com ar compungido. E lá vão, abraçados, todos diferentes todos iguais.
Lamento o mau jeito - mas é falso, rotundamente falso. Há quem seja a favor, entusiasticamente, militantemente a favor.
No tempo em que essa polémica rebentou na praça pública (o que me tornou decididamente contra, sem reservas nem meias tintas) um slogan que unia as forças então mobilizadas a favor da plena legalidade de tais práticas era "aborto livre e gratuito, já". A reivindicação exposta era que se abrissem todas as portas do sistema nacional de saúde a quem o desejasse, para que se fizessem os abortos pedidos, em segurança e gratuitamente, sem outra limitação ou condicionamento que não fosse a manifestação de vontade da interessada. Não era admitido outro fundamento! Só a vontade e a liberdade ...
Era o tempo em que se apregoava que o abortamento tinha que chegar a ser considerado uma intervenção tão banal como a extracção de uma verruga - hoje seria a realização de um lifting - como condição de plena libertação da mulher.
Um projecto ideológico, puramente ideológico ... Então não há ninguém a favor?!!!
As justificações apresentadas para a legalização nesta polémica sobre o abortamento voluntário são classificáveis em dois grandes grupos, de acordo com a fundamentação ideológica.
Um quadro justificativo tem a ver com argumentos de natureza socialista-eugenista. É a questão das "condições objectivas", da "vida digna", da "criança desejada", dos problemas relacionados ou com o feto (não pode chamar-se criança!), ou com aqueles que o hão-de receber, ou com o meio envolvente.
Outro quadro fundamentador parte simplesmente de uma cosmovisão liberal-capitalista. A mulher é dona do seu próprio corpo, pode fazer com ele o que quiser. A propriedade absoluta, a liberdade sem outro limite que não a própria vontade. O feto (também não pode dizer-se criança!) é um fruto do tal capital - o corpo.
Estas linhas de argumentação com frequência misturam-se e apoiam-se reciprocamente. Não é de admirar: são convergentes, conduzem à mesma conclusão desejada. E desejada porquê? Porque se trata da afirmação lógica de pressupostos ideológicos, de modelos idealizados.
Com que então não há ninguém a favor?!!!
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