Um problema de visibilidade
Um dos aspectos mais curiosos das posições pró-abortistas está na relevância decisiva que assume a invisibilidade do feto; nascesse a criança e aí tudo seriam desvelos, ai de quem não assegurasse a devida "protecção materno-infantil"... Mas o não nascido não é visível. E o aborto normalmente também não. Por isso a extrema sensibilidade dessas correntes a que se mostre, por imagens cruas e verdadeiras, o que na realidade é o aborto.
E têm razão: a visualização acaba com a argumentação oca e vazia. Um obstetra meu conhecido contava-me há uns anos que, primeiro por razões científicas, tinha uma interessante colecção de filmes sobre a vida intra-uterina, que ia realizando no seu trabalho. Depois, a certa altura, quando as suas grávidas surgiam com as dúvidas dramáticas que conduzem ao aborto, lembrou-se de algo muito simples: passou a convidá-las a ver os filmes. Dizia-me ele que era uma experiência espantosa: muitas mulheres não se tinham dado conta antes que aquilo que sentiam dentro de si era uma criança, igual a todas as crianças. E ninguém decidia fazer abortos depois de ver aquelas imagens.
A este propósito, achei deliciosa uma estória verdadeira que passo a contar.
No café via-se em grupo o telejornal. De súbito passa em rodapé a notícia: um bébé tinha sido encontrado morto numa sanita. E alguém exclama triunfante: "É por estas coisas que sou a favor do aborto..."
Admire-se o desabafo: se aquela criança tivesse sido eliminada uns tempos antes ainda na barriga da mãe não teria surgido assim no telejornal, a estragar as digestões. Teria simplesmente sumido por uma sanita qualquer. E quem fosse responsável por essa atempada decisão teria sempre a seu favor as opiniões generosas de quem assim se impressiona com a patente malfeitoria de a abandonar para morrer numa sanita.
E têm razão: a visualização acaba com a argumentação oca e vazia. Um obstetra meu conhecido contava-me há uns anos que, primeiro por razões científicas, tinha uma interessante colecção de filmes sobre a vida intra-uterina, que ia realizando no seu trabalho. Depois, a certa altura, quando as suas grávidas surgiam com as dúvidas dramáticas que conduzem ao aborto, lembrou-se de algo muito simples: passou a convidá-las a ver os filmes. Dizia-me ele que era uma experiência espantosa: muitas mulheres não se tinham dado conta antes que aquilo que sentiam dentro de si era uma criança, igual a todas as crianças. E ninguém decidia fazer abortos depois de ver aquelas imagens.
A este propósito, achei deliciosa uma estória verdadeira que passo a contar.
No café via-se em grupo o telejornal. De súbito passa em rodapé a notícia: um bébé tinha sido encontrado morto numa sanita. E alguém exclama triunfante: "É por estas coisas que sou a favor do aborto..."
Admire-se o desabafo: se aquela criança tivesse sido eliminada uns tempos antes ainda na barriga da mãe não teria surgido assim no telejornal, a estragar as digestões. Teria simplesmente sumido por uma sanita qualquer. E quem fosse responsável por essa atempada decisão teria sempre a seu favor as opiniões generosas de quem assim se impressiona com a patente malfeitoria de a abandonar para morrer numa sanita.
3 Comentários:
Se essa diferença é o suficiente para aplacar a sua consciência, para mim não é.
È e será sempre uma vida que se tira é e será sempre o assassinato de um inocente.
Eu estou a ver a ideia do Luís Rainha - cujo aparecimento por aqui saúdo - mas por acaso não estou nada a ver a diferença. E vejo menos ainda se pensar em concordância com as teses que LR aparentemente sufraga, de igualdade e fraternidade entre todos os seres humanos... aí então é que não vejo mesmo nada.
Enfim, já sei que neste caso há uns que para o LR não são humanos; serão hortaliças?
Portanto, ali o sr Luís Rainha é que determina o início da vida...
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