terça-feira, outubro 24, 2006

Da Moral e dos moralistas (I)

Há uma diferença clara, mais que óbvia, entre o que as coisas são, em si e por si, e o que aparentam ser. Na Moral, na Ética e na Verdade global de tudo, os rostos distorcem demasiado aquilo que reflectem. A nós cabe-no sermos aqui espelhos de uma convicção: a Vida tem um valor inquestionável... é um valor. E essa certeza vem-nos de diferentes modos, é certo, mas que se fundem na convergência para uma evidência civilizacional. Assim saibamos comungar bem desse absoluto, de forma a sermos seus eficazes portadores e executores.

O que o referendo ao aborto nos vais propor é, essencialmente, a liberalização daquilo que é imutável: o Ser no ventre materno é Humano. É por isso que extrapolamos este combate, ou devemos extrapolar, para o campo da defesa da civilização moral e ética, contrária à dos moralistas. Porque a primeira, por imposição da liberdade total que só se realiza completamente no encontro da Verdade, respeita manter a genética ocidental católica de que só ao absoluto, apreendido pela convivência da Fé com a Razão, se deve realizar a subjugação do individuo. A segunda concretiza-se precisamente no inverso!